Quinta da Pacheca abre um segundo restaurante e deixa o actual para o fine dining

A histórica quinta no Douro terá um restaurante de comida tradicional com 100 lugares no próximo ano, além do já existente, que apostará num conceito mais gourmet, com menu de degustação e vinhos.

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Álvaro Lopes, Maria do Céu Gonçalves e Paulo Pereira são os sócios do grupo Terras & Terroir, dono da Pacheca e com negócios já em cinco regiões vitivinícolas portuguesas Rui Oliveira
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Em 2024, a Quinta da Pacheca, no Douro, vai abrir um segundo restaurante, em resposta à crescente procura que tem vindo a verificar, em concreto de turistas que não ficam ali hospedados mas que procuram as outras propostas daquele enoturismo, e transformar o actual restaurante do hotel numa proposta mais premium, com um conceito de fine dining, revelou ao Terroir Bernardo Mesquita, director de operações e expansão do grupo proprietário.

“Há uma Pacheca antes dos barris e uma Pacheca depois dos barris”, começa por contextualizar o responsável, que na nova organização dos negócios dos donos da Pacheca em Portugal tem, entre outras, a pasta do enoturismo. Recorde-se que o agora Terras & Terroir, grupo de Maria do Céu Gonçalves, Paulo Pereira e Álvaro Lopes, tem a sua génese na compra, pelos dois primeiros, da Quinta da Pacheca, corria o ano de 2013. Quando decidiu expandir a sua capacidade de alojamento (então, 15 quartos) e criou as suítes Wine Barrels​, em 2018, a quinta viu a sua popularidade disparar.

De tal maneira que, hoje, perto de “130 mil pessoas” passam todos os anos pela quinta, “para uma experiência relacionada com o vinho”, continua Bernardo Mesquita. “Nunca paramos”, sublinhou o responsável, ao Terroir, durante uma visita à Herdade da Rocha, no Alentejo, uma das mais recentes aquisições do grupo, cuja estratégia a três anos é estar em sete regiões vitivinícolas – para já, está em cinco (está também no Dão, em Trás-os-Montes e na Bairrada).

Em meados do próximo ano, a Quinta da Pacheca vai ganhar então um novo restaurante para responder à elevada procura, não só de hóspedes, como de visitantes externos. “O restaurante que temos, por si só não chega”, comenta o director de operações do grupo. “Temos uma captação externa que inveja qualquer restaurante de hotel.”

O novo espaço, com projecto “em fase final de aprovação camarária”, avança, terá 100 lugares e as obras deverão começar ainda este ano. “É um espaço que vai ter muitas janelas, muito vidro, [e estará] virado para a vinha. Vai estar muito bem enquadrado em termos de arquitectura, de luz natural e também nos vai permitir gerir o restaurante principal da casa com um outro conceito.

O restaurante já existente, o The Wine House, do chef Carlos Pires, com capacidade para perto de 40 pessoas, continuará em funcionamento, “num conceito mais gourmet, com menu de degustação com vinhos”, adianta. A ideia é que os dois restaurantes estejam abertos em simultâneo, com opções diferentes: o novo a apostar na “comida tradicional”, e o antigo mais no fine dining.

Este segundo restaurante será construído num novo edifício contíguo à antiga casa do caseiro e terá também escritórios, armazéns e uma sala de jogos, num investimento de perto de 400 mil euros. E o projecto é independente da actividade dos eventos, nomeadamente casamentos, para os quais a quinta tem já um espaço próprio.

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A popularidade da Quinta da Pacheca disparou em 2018, com a aberturas das suítes Wine Barrels; hoje passam anualmente pela propriedade 130 visitantes Ana Marques Maia

Uma horta junto ao rio e novas aberturas

Dentro da quinta, também será inaugurada em breve a Pacheca Nature, “uma área da propriedade com uma vertente agrícola”, revela o director de operações. O terreno, mais próximo do rio, já existe, mas será requalificado “para cultivar produtos que se consomem no dia-a-dia", nomeadamente legumes. “Isso também dará oportunidade às pessoas de, estando na propriedade, se aproximarem mais do rio.”

O projecto prevê também a requalificação de uma ruína que será aproveitada para uma “cozinha de fogo com os produtos a terra”, adianta Bernardo Mesquita, e também uma estufa. “É um conceito que queremos desenvolver nas outras propriedades, no âmbito da sustentabilidade e do aproveitamento do que se produz.”

Em breve, o grupo irá inaugurar o seu primeiro hotel de cinco estrelas na Quinta de São José do Barrilário, em Armamar. Em paralelo a esse investimento, está também a remodelar o antigo Hotel Parque, junto ao Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, em Lamego, numa concessão de 50 anos que o transformará num hotel de quatro estrelas.

Em Setembro, os donos do Wine House Hotel (Pacheca) e Vila Marim Country Houses (Mesão Frio) já tinham anunciado ter remodelado o Folgosa Douro Hotel (15 quartos). Esta obra e as novas aberturas permitir-lhes-ão aumentar consideravelmente a capacidade hoteleira do grupo na região, funcionado até os diferentes hotéis em rede.

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