Rui Moreira descarta concessão do Coliseu do Porto: “Continua a ser de todos os portuenses”

Após a votação do Conselho Metropolitano do Porto, que garantiu verba para fazer obras no Coliseu do Porto, autarca diz que estão reunidas as condições para edifício se manter na esfera pública

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Continuará a ser a Associação dos Amigos do Coliseu a operar o Coliseu Adriano Miranda
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“Estas eram as condições que tínhamos colocado para não haver concessão.” Após o Conselho Metropolitano do Porto ter aprovado por unanimidade, na passada sexta-feira, uma verba para a realização das obras de reabilitação do Coliseu do Porto, a histórica casa da cidade tem condições para deixar cair a concessão, hipótese que estava, até agora, em cima da mesa.

“Continuará a ser a Associação dos Amigos do Coliseu a operar o Coliseu, que era o que todos queríamos. Continua a ser de todos os portuenses”, confirmou esta manhã o presidente da Câmara do Porto, no final de uma reunião privada do executivo. Rui Moreira congratulou-se com o entendimento dos municípios vizinhos sobre a matéria, adiantando que Valongo terá “levantado uma questão” posterior: “Não foi à reunião. Não votou. Espero que a AMP resolva esse assunto.”

O programa Portugal 2030, ao contrário do PRR, “não paga tudo”, apontou, ainda assim, o autarca do Porto, dando a garantia de que o município assumirá a sua parte. “Sempre tínhamos dito que desde que houvesse fundos iríamos a jogo. Estes fundos não chegam para tudo, mas na componente nacional estaremos disponíveis, como já fizemos noutros projectos.”

Na passada quinta-feira, o PÚBLICO avançou que a AMP se preparava para inscrever a candidatura das obras do Coliseu a fundos europeus. Miguel Guedes, que assumiu este ano a presidência da sala, avançava serem necessários 3,5 milhões de euros para a realização, “urgente e decisiva”, de obras de reabilitação.

Afinal havia outra… solução

Esta segunda-feira, Rui Moreira referiu que manter o Coliseu público e evitar a concessão são “boas notícias” e significam um regresso ao “plano a”. Mas em Julho de 2022, quando a concessão foi apresentada como a solução “definitiva”, o autarca referia também que isso não significava uma mudança nas intenções, mas antes um regresso ao plano “original”.

Um ano e pouco antes, autarquia e Ministério da Cultura haviam acordado assumir o custo da obra em partes iguais para evitar a concessão, prevista desde 2020, quando se estimou que a reabilitação do imóvel teria um custo de 8,5 milhões de euros.

Sérgio Aires, vereador do BE, mostrou satisfação com a solução, mas não evitou a ironia, ao dizer que “afinal havia outra… solução” que não a de concessionar o Coliseu do Porto a privados. Ilda Figueiredo congratulou-se, também, com o desfecho e a “participação da câmara” na solução. Alberto Machado, do PSD, e Tiago Barbosa Ribeiro, do PS, felicitaram a decisão de o Coliseu se manter público.

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