Biden visita Israel e encontra-se com Abbas na Jordânia na quarta-feira

Presidente dos EUA vai a Israel para reafirmar a solidariedade com Telavive e, no mesmo dia, encontrar-se com líderes árabes em Amã para discutir um possível plano de assistência humanitária a Gaza.

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Fotografia de um encontro entre Benjamin Netanyahu e Joe Biden, em Setembro, nos EUA Reuters/KEVIN LAMARQUE
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O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitará Israel na quarta-feira, anunciou esta noite o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. Momentos depois, a Casa Branca revelou que o chefe de Estado irá encontrar-se com o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, com o Presidente egípcio, Abdul Fatah al-Sisi, e com o Rei da Jordânia, Abdullah II, na capital jordana, também na quarta-feira.

De acordo com o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Biden deverá reiterar "que Israel tem o direito e mesmo o dever de se defender do Hamas e de outros terroristas". Blinken, que esteve reunido esta segunda-feira um total de oito horas com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou ainda que Washington e Telavive acordaram elaborar um plano para permitir a chegada de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

Em Amã, o foco do encontro do Presidente norte-americano com os líderes árabes será precisamente a questão humanitária. A grave situação na Faixa de Gaza, onde cerca de dois milhões de pessoas estão à mercê da violência armada e de cortes no abastecimento de electricidade, água e de bens essenciais, foi discutida esta segunda-feira, por telefone, entre Biden, o Presidente do Egipto e o primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Shia al-Sudani.

O plano de assistência humanitária não está fechado mas, segundo o New York Times, que cita uma fonte oficial do Departamento de Estado, incluirá o estabelecimento de um corredor de trânsito e de "zonas seguras". No domingo, Blinken aludiu à reabertura do posto fronteiriço de Rafah, entre Gaza e o Egipto.

Na Casa Branca, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano, John Kirby, afirmou que a deslocação de Biden ao Médio Oriente será "muito curta" e que a decisão de visitar a região "não foi tomada de ânimo leve", mas que não teria sido acordada sem a convicção de que "foram implementadas as medidas de segurança adequadas". Esta segunda-feira, Antony Blinken foi forçado a deslocar-se temporariamente para um abrigo em Telavive perante a ameaça de rockets lançados a partir de Gaza.

A visita de Biden acontece a convite de Netanyahu, declarou Blinken na embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém.

O blitz diplomático ocorre quando Telavive continua a preparar um ataque terrestre em larga escala contra o Hamas em Gaza, dez dias depois da ofensiva do grupo terrorista palestiniano, que matou mais de 1400 israelitas e resultou em cerca de 200 reféns. Mais de 2800 pessoas morreram entretanto em Gaza na sequência de acções militares retaliatórias israelitas. Esta noite, o porta-voz das Forças Armadas de Israel, Jonathan Conricus, afirmou que prosseguem as "preparações no Sul" para uma ofensiva em Gaza.

Segundo Blinken, Biden vai "ouvir de Israel como vão ser conduzidas as operações de forma a minimizar o número de vítimas civis".

A deslocação do Presidente norte-americano acontece ainda em paralelo com o reforço da presença militar dos Estados Unidos na região. Para além do porta-aviões USS Gerald R. Ford, e dos respectivos navios de apoio, o secretário de Estado da Defesa, Lloyd Austin, ordenou durante o fim-de-semana o envio do porta-aviões USS Dwight D. Eisenhower para o Mediterrâneo Oriental.

Um aviso para o Irão, que Washington não excluiu que possa envolver-se directamente nesta nova fase do conflito israelo-árabe, sobretudo através do flanco libanês. Na noite segunda-feira, numa entrevista à televisão estatal de Teerão, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amirabdollahian, advertiu que era possível uma "acção preventiva" do seu regime contra Israel no espaço de "horas".

A prevenção do contágio da actual crise será um dos pontos da agenda dos encontros de Biden com Netanyahu e com os líderes árabes.

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