André Coelho Lima elogia acordo com PAN e defende que PSD é um “partido progressista”
Deputado social-democrata diz que o acordo parlamentar “é extremamente positivo” e que “entendimentos pontuais ou governamentais” são muito frequentes noutros países europeus.
O acordo de incidência parlamentar entre o PSD-Madeira e o PAN é visto como “extremamente positivo” pelo deputado social-democrata André Coelho Lima, que vê nesta solução um “contributo contra a bipolarização que caracteriza a política portuguesa”.
“Acho muitíssimo bem [este entendimento] e, nesta matéria, estou particularmente confortável em dizer isto porque sempre defendi que o PSD não deve ser uma locomotiva da direita, um partido que está limitado a fazer entendimentos com aqueles que estão à sua direita no espectro político portuguesa”, declarou ao PÚBLICO André Coelho Lima, que noutras ocasiões tem sido uma voz crítica da liderança de Luís Montenegro.
O deputado felicita particularmente o líder do PSD-M e presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, pela solução encontrada e revela que “este entendimento tornou mais claro" aquilo que ele próprio defende. "As possibilidades de entendimento do PSD não devem estar circunscritas àqueles dois partidos, ou três, neste caso considerando o CDS, que surjam à nossa direita", reitera.
“O PSD, como partido de centro que é e que sempre deve ser, deve estar aberto a esses entendimentos”, defendeu, aludindo à “longa tradição” que existe, quer no Parlamento Europeu, quer em muitos países europeus, de entendimentos pontuais ou governamentais com partidos ecologistas.
A coligação com o PAN leva André Coelho Lima a recordar que o "PSD foi o primeiro partido a ter no Governo, em 1983, um secretário de Estado do Ambiente, chamado Carlos Pimenta, que foi um pioneiro na defesa das políticas ambientais em Portugal e um político que demonstrou como o PSD é um partido progressista, contrariamente ao que por ventura possa parecer. Foi também aí um partido progressista”.
Cristóvão Norte, que lidera a distrital social-democrata de Faro, defende o dever de "respeito pela legitimidade política e autonomia” do PSD-Madeira para dizer que a decisão cabe ao líder regional do partido. "A menos que Miguel Albuquerque tomasse qualquer iniciativa de promover um acordo parlamentar com forças cujo conteúdo substantivo fosse completamente irreconciliável com o PSD”, argumenta.
Por outro lado, sublinha que "é notório que no domínio nacional a Iniciativa Liberal é uma força política com um grau de proximidade programática ao PSD muito maior do que o PAN, mas no caso da região autónoma haverá, seguramente, idiossincrasias regionais que conduzem a que o líder do PSD-Madeira e o líder da comissão política façam essa opção".
E acrescenta: "Não creio, ainda assim, que isso exclua qualquer possibilidade de diálogo e concertação de forças entre o PSD-Madeira e a Iniciativa Liberal (regional). Pelo menos tal não resultou das declarações que têm vindo a ser proferidas.”
As eleições legislativas regionais na Madeira decorreram domingo. A coligação PSD-CDS venceu as eleições, mas sem maioria absoluta.