Rui Rocha crê que solução para futuro governo nacional será diferente da da Madeira

Líder da IL saudou posição de Luís Montenegro em excluir o Chega de coligações regionais e nacionais.

Foto
Rui Rocha responsabilizou Miguel Albuquerque pela preferência pelo PAN LUSA/TIAGO PETINGA
Ouça este artigo
00:00
02:56

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Depois de anunciar que a Iniciativa liberal (IL) fica “desobrigada” de qualquer colaboração com o futuro governo regional da Madeira, Rui Rocha disse acreditar que o contexto para uma eventual solução governativa a nível nacional “será outro”. A posição foi assumida esta terça-feira à noite, em entrevista à CNN Portugal, horas depois de a IL ter criticado o acordo de incidência parlamentar com o PAN anunciado por Miguel Albuquerque, líder do PSD-Madeira, e que será convidado a formar governo.

Rui Rocha revelou ter havido contactos com a IL na noite eleitoral de domingo, quando a coligação PSD-CDS perdeu a maioria absoluta na região autónoma, mas que não se repetiram nos dias seguintes. Questionado sobre se vê espelhada a nível nacional a solução da Madeira, com um acordo entre o PSD e o PAN, o líder dos liberais considerou haver uma “falta de sintonia entre PSD regional e nacional” e que na região “prevaleceu a visão de Miguel Albuquerque."

“Mantendo essa disponibilidade, que assumi em Abril ou Maio, quando falei com o líder do PSD, é que a nível nacional o contexto será outro”, disse, referindo-se a um almoço com Luís Montenegro com vista à criação de uma alternativa ao PS sem coligações pré-eleitorais.

Apesar de ser crítico da solução governativa com o PAN, Rocha saudou a posição de Montenegro em afastar o Chega de alianças governativas na Madeira e no país. “O PSD tomou uma posição finalmente que parece clara sobre quem está e não está disponível para incluir em discussões. Isso é muito importante a nível nacional, porque coloca a solução a nível nacional em determinado limite”, afirmou.

Sobre a preferência do PSD-Madeira pelo PAN o líder dos liberais assumiu a versão de que a opção é a de que a IL “seria um partido exigente”. “Quem celebrou o acordo preferia um partido satélite, um partido maleável. A IL não tem pretensão a ser um partido maleável”, disse. Questionado sobre se a exclusão da IL se deveu a problemas entre o deputado eleito, Nuno Morna, e Miguel Albuquerque, Rui Rocha descartou essa hipótese: “Não creio que haja problemas. Houve um conjunto de contactos, na noite, por parte do PSD para conversar. Quem tem uma reserva não toma iniciativa de contacto.”

O diálogo com a IL parece encerrado de forma definitiva. O deputado eleito da IL para o Parlamento da Madeira afirmou esta quarta-feira que já não está disponível para conversar com Miguel Albuquerque.

Nuno Morna adiantou aos jornalistas que falou com Miguel Albuquerque na noite eleitoral, numa conversa “que durou menos de um minuto, em que ele [Albuquerque] pôs em cima da mesa a questão de um acordo”.

“E o que eu lhe disse foi: ‘Não, não temos de fazer acordo nenhum, temos de conversar, se for caso disso, obviamente’”, declarou Nuno Morna, acrescentando que “o doutor Albuquerque decidiu fazer acordos em vez de conversar”.

“O doutor Albuquerque disse-me que me telefonava depois. Não telefonou, neste momento não estou disponível para conversas. […] Não houve disponibilidade da outra parte para falar connosco. Porque é que eu agora havia de estar disponível?”, questionou.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários