Xanana e Xi anunciam reforço da cooperação bilateral entre Timor e China

Em plena competição EUA-China no Pacífico, Presidente chinês recebeu primeiro-ministro timorense em Hangzhou e prometeu apoiar Timor nos sectores da indústria, das infra-estruturas e social.

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Xanana Gusmão (à esquerda) foi um dos líderes políticos convidados pela China para a cerimónia de abertura dos Jogos Asiáticos Reuters/CHINA DAILY
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Os governos da República Popular da China e de Timor-Leste vão elevar a sua cooperação bilateral para um novo nível, a que chamaram “parceria estratégica abrangente”. A decisão foi revelada este sábado pela imprensa estatal chinesa após um encontro entre Xi Jinping, Presidente chinês, e Xanana Gusmão, primeiro-ministro timorense, em Hangzhou, no Leste da China, cidade que recebe a 19ª edição dos Jogos Asiáticos.

“As duas partes vão intensificar o seu apoio mútuo e reforçar a sua cooperação internacional”, disse Xi durante a reunião com o líder histórico timorense, citado pela Reuters.

Segundo o canal televisivo CCTV e a agência noticiosa Xinhua, Pequim comprometeu-se a ajudar Díli em quatro áreas fundamentais: revitalização industrial, desenvolvimento de infra-estruturas, auto-suficiência alimentar e melhoria das condições de vida dos timorenses.

Para além disso, Xi e Xanana disseram que vão “continuar a promover” a sua cooperação através da Nova Rota da Seda (Belt and Road Initiative ou BRI, de acordo com a designação oficial chinesa), o megaprojecto chinês de investimento e infra-estruturas a nível global.

A visita de Xanana Gusmão a Hangzhou coincidiu com a passagem de Bashar al-Assad, Presidente sírio, pela mesma cidade – na sexta-feira, China e Síria também anunciaram uma “parceria estratégica” entre os dois países. E acontece numa altura de grande competição entre a China e os Estados Unidos na região alargada do Pacífico Sul.

Em Maio deste ano, por exemplo, os EUA anunciaram um novo acordo de Defesa com a Papuásia-Nova Guiné, a mais populosa nação insular do Pacífico, numa iniciativa que foi vista como uma resposta ao pacto de cooperação militar e policial que a China e as Ilhas Salomão assinaram no ano passado e que também foi proposto por Pequim a outras dez nações da região – que, para já, o rejeitaram.

Em 2021, os EUA já tinham anunciado a criação do AUKUS, uma parceria de segurança trilateral, com Reino Unido e Austrália, que é igualmente vista como ferramenta ocidental de contenção da China no Pacífico Sul. O seu primeiro grande objectivo é fornecer à Marinha australiana uma frota de submarinos movidos através da tecnologia americana de propulsão nuclear a partir de 2030.

Recentemente, segundo a Reuters, o Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, defendeu que a antiga colónia portuguesa não pretende intrometer-se na “rivalidade” entre Pequim e Washington, e quer continuar a ter boas relações económicas e diplomáticas com ambas as potências.

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