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Wilson de Andrade já não ouve bem, “nem do ouvido esquerdo, nem do direito”, mas, aos 91 anos, conserva a memória prodigiosa de uma vida na Amazónia. Fez tudo: trabalhou nos seringais; no transporte fluvial, que é o nervo vital da Amazónia; nas minas; subiu e desceu o rio vezes sem conta como “regatão”, que vendia de tudo às pequenas comunidades perdidas nas margens; negociou com brancos e com indígenas; aventurou-se e fez-se empresário na vizinha Venezuela. E foi tudo: miseravelmente pobre, remediado e rico, patrão da política e da religião na cidade que escolheu para viver, São Gabriel da Cachoeira. Hoje, é um homem de compleição física frágil, já com as costas vergadas ao peso da idade, bastante surdo, mas exala uma energia surpreendente.
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