Cantautora Valeria Castro estreia-se em Portugal Con Cariño y Con Cuidado

Espanhola de La Palma, com 24 anos, Valeria Castro apresenta-se pela primeira vez ao vivo em Portugal, sábado e domingo, com um álbum recém-lançado, Con Cariño y Con Cuidado.

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Valeria Castro ALBA YRUELA
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Começou por gravar versões e publicá-las no Instagram. O veterano Alejandro Sanz ouviu-a, gostou dela e incentivou-a a continuar na Música. O mesmo fizeram os La Oreja de Van Gogh. E assim, Valeria Castro, que começara aos 4 anos a aprender piano e a cantar, ganhou coragem para apresentar as suas próprias canções e lançar-se em definitivo no mundo da música. Em 2019 publicou dois singles, Desde cuando e Amelia, em 2020 lançou mais dez (entre os quais Agua, Peter Pan, Copenhague, El equilibrio es imposible) e em 2021 outros seis (como Culpa, Guerrera, Ay, amor ou La corriente), que viriam a dar corpo ao seu primeiro EP, Chiquita. E chegada a 2023, lançou enfim um álbum, em Maio, a que chamou Con Cariño y Con Cuidado. E é esse, juntamente com temas anteriores, que vem apresentar agora a Portugal, apenas no Norte, com dois showcases em lojas Fnac, este sábado (St. Catarina, 16h; e GaiaShopping, 19h), e um concerto no domingo, dia 24, no Teatro Municipal de Matosinhos, às 19h.

Nascida em La Palma, Canárias, em 28 de Abril de 1999, Valeria Castro mantém, a par da música, uma carreira universitária (estuda Biotecnologia na Politécnica), mas a verdade é que as canções começaram a tomar-lhe grande parte do tempo. Com muitos concertos em Espanha e na América Latina, a vinda a Portugal é uma estreia, como ela confessa ao PÚBLICO, nas vésperas destes concertos: “Sim, é a primeira vez, tanto na música como pessoalmente. E estou super contente, na verdade. Eu venho das Canárias, de La Palma, comecei a estudar música aos 4 anos e desde então a música tem sido para mim uma paixão que me acompanha até hoje.”

Na sua família, Valeria diz que não há músicos nem músicas, embora as suas irmãs tenham estudado música, como ela. “A nível profissional, sou a primeira. O meu amor pela música começou na escola, embora desde pequena que os meus pais, sobretudo o meu pai, me davam muita música a ouvir, Joaquín Sabina, Joan Manuel Serrat… O meu pai também cantava um pouco, em casa, e creio que, ao ouvi-lo, também me senti motivada a cantar como ele.”

No início, cantar apenas versões foi uma forma de defesa: “Comecei a fazer covers um pouco por medo, por não saber como reagiriam as pessoas”, diz Valeria. “E foi durante o ano de 2020, já depois de ser declarada a pandemia [da covid-19] que comecei e publicar as minhas próprias canções, com muitíssimo medo, porque até só me haviam escutado a cantar canções alheias. A verdade é em Espanha e nos países da América Latina me receberam com muito carinho, o que me deixou muito orgulhosa, porque não já era só a minha voz que ouviam, mas também as minhas histórias, que eu tinha – e tenho – para contar, que chegavam ao coração das pessoas.”

Falando de influências, Valeria menciona Sílvia Pérez-Cruz, Jorge Drexler, Natalia Lafourcade e, no caso português, Carminho. “Para mim, o fado é um género que me agrada muito e que me influenciou um pouco, na minha formação musical, e na forma que tenho de cantar.” Passando para as canções de sua autoria, Valeria diz que “todas são autobiográficas”: “Mais ainda neste disco, Con Cariño y Con Cuidado, que nasceu de um processo pessoal, psicológica, de aprender a teorizar-me, a pôr-me em primeiro lugar. E também porque nasce das minhas raízes, em La Palma, uma ilha que há dois anos sofreu uma erupção vulcânica que chegou à minha povoação, à casa da minha avó, e tudo isso provocou em mim sentimentos que tentei transmitir através da música, de forma a deixar transparecer a dor que isso provocou em mim. Para salvar-me e para sentir que trago a terra comigo, uma terra que sofreu uma desgraça como aquela.”

Em Matosinhos, Valeria diz que vai apresentar “um concerto muito bonito e muito íntimo”: “Estarei com a minha pianista, Laia Muñoz Alcolea, que para mim é uma instrumentista incrível, que me vai acompanhar para que as canções cheguem ao coração do público. É um formato em duo, que estamos a experimentar agora e, das vezes que já temos tocado, posso dizer que tem agradado muito, porque permite uma boa ligação com a audiência. E convido quem possa a vir a escutar-nos, porque é um sonho poder levar a minha música a Portugal.”

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