CEO da Adidas sobre os comentários anti-semitas de Kanye West: “Não acho que seja má pessoa”

Bjorn Gulden falava num podcast sobre investimentos e defendeu que Kanye West não estava a “falar a sério” quando fez publicações anti-semitas nas redes sociais.

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A Adidas deixou de trabalhar com Kanye West em Outubro de 2022 Reuters/ANDREW KELLY/Arquivo
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O CEO da Adidas, Bjorn Gulden, saiu em defesa de Kanye West. O artista, diz, não pretendia que as publicações fossem interpretadas como anti-semitas, o que lhe havia de custar o fim da multimilionária colaboração Yeezy com a marca alemã, além de danos graves na carreira.

A colaboração entre Ye, como agora é conhecido o rapper, terminou em Outubro de 2022, depois de uma série de comportamentos erráticos, incluindo uma publicação no Twitter onde pedia “morte aos judeus” e de ter usado uma T-shirt com o slogan “White lives matter” (“as vidas dos brancos importam”), frase associada a supremacistas brancos, na Semana da Moda de Paris.

Bjorn Gulden não se escusou a comentar o escândalo, que custou à Adidas milhões em vendas e um armazém cheio de ténis Yeezy. No podcast The Good Company, reconheceu que algumas das afirmações do ex-marido de Kim Kardashian não foram “assim tão boas”.

Todavia, defendeu, que o rapper pode ter sido mal interpretado: “Não creio que ele estivesse a falar a sério e não acho que seja má pessoa — apenas foi o que pareceu.” Gulden ainda elogiou Kanye como “uma das pessoas mais criativas do mundo, tanto na música como no que chamo a cultura urbana”.

A Adidas já se pronunciou sobre as declarações de Bjorn Gulden no podcast, ​lembrando que a relação profissional o rapper está definitivamente encerrada. "Terminar a parceria foi mais correcto", disse um porta-voz. O CEO suíço estava anteriormente na rival Puma, tendo chegado à Adidas no início de 2022 para ajudar a reconstruir a marca na sequência de algumas controvérsias.

Em Maio, depois de decidirem o que fazer com os modelos Yeezy que estavam em armazém, a marca anunciou que ia vender parte da mercadoria e doar parte dos lucros para organizações contra o racismo e o anti-semitismo.

As vendas ajudaram a mitigar as perdas de lucro e o estrago não foi tão grande como inicialmente se previa. Ainda assim, Gulden confessou estarem receosos de voltar a trabalhar com outras celebridades: “Quando trabalhamos com terceiros estas coisas podem acontecer. Faz parte do jogo.”


Notícia actualizada com o comentário da Adidas.