O Conde. Por favor, Pablo Larraín, não nos morda mais o pescoço
A lógica de acumulação desta farsa tem um desconcertante, paradoxal efeito de anestesiar o espectador que assiste à indignação do cineasta chileno perante a imortalidade do fascismo.
O Conde, de Pablo Larraín, recebeu há semanas o prémio de argumento no Festival de Veneza – Larraín e Guillermo Calderón são os co-autores. Depois de três biopics, Neruda (2016), Jackie (2016) e Spencer (2021), filmes supostamente idiossincráticos mas, mais evidentemente, instrumentais no percurso de internacionalização do realizador chileno, O Conde é uma espécie de regresso a casa de Larraín, retomando a sua obsessão, o seu trauma de sempre: o odioso regime de Augusto Pinochet imposto pelo golpe de Estado que derrubou Salvador Allende.
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