Marcelo pede acção e mais financiamento para objectivos de desenvolvimento sustentável
Presidente da República discursou na Cimeira sobre os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
O Presidente da República defendeu esta segunda-feira que é preciso mais financiamento global para a concretização dos objectivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pelas Nações Unidas e que há que recuperar o tempo perdido nesta matéria.
"Temos de agir. Temos de garantir mais resultados e rapidez", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, numa Cimeira sobre os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Num discurso de três minutos, em português, o chefe de Estado considerou que já houve "muito tempo perdido, tempo de mais" na concretização das 17 metas estabelecidas na chamada Agenda 2030.
Entre as 17 metas estão a erradicação da pobreza e da fome, redução das desigualdades, energia limpa e acessível e a acção contra as alterações climáticas.
"Apoiamos em Portugal a realização de uma cimeira social mundial bem-sucedida e com resultados visíveis", disse Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado manifestou apoio ao "alerta precoce" feito pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, nesta matéria, acrescentando: "Pensamos que é essencial o financiamento acrescido mundial aos objectivos do desenvolvimento sustentável".
"Avançámos com um projecto piloto com Cabo Verde, que é um projecto multiplicável noutros países, nomeadamente em África, de conversão da dívida pública em investimento num fundo climático e ambiental", referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa apelou a que os países-membros das Nações Unidas apresentem "mais resultados e rapidez" no cumprimento dos respectivos roteiros nacionais para atingir os 17 objectivos de desenvolvimento sustentável, para que se tornem "mais resilientes, mais justos, mais verdes".
"Mais capazes de prevenir riscos de catástrofes, mais inclusivos, mais promotores dos direitos das mulheres, da solidariedade entre gerações, da integração dos migrantes e da participação dos jovens", completou.
Quanto a Portugal, o Presidente da República realçou os passos que estão a ser dados no sector da energia: o compromisso de atingir a neutralidade carbónica em 2045, de aumentar para 60% o recurso a fontes de energia renováveis em 2030 e para 80% a electricidade gerada por fontes de energia renováveis em 2026.
"Chamamos a atenção para a importância da ligação entre o clima e os oceanos, para a redução das catástrofes, para a protecção civil preventiva, para o sistema integrado de combate às desigualdades provocadas pelas catástrofes", acrescentou.
No fim da sua intervenção, declarou: "Não podemos defraudar o legado para as gerações futuras. É nosso dever honrar o compromisso da Agenda 2030, em nome da humanidade e do planeta. Não podemos falhar, não vamos falhar".
Marcelo Rebelo de Sousa chegou no domingo à noite a Nova Iorque para participar na 78.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).