Rússia
Em Moscovo, ser guardião de pombos é coisa do passado: estes são os últimos
A columbofilia era comum durante a União Soviética. Anatoliy, Yuriy e Vitaly resistem à mudança dos tempos sempre que deixam as aves voar na cidade de Moscovo.
Anatoliy Seliverstov tem 67 anos e um passatempo com os dias contados: é columbófilo ou, por outras palavras, guardião de pombos na cidade de Moscovo, na Rússia. Durante a União Soviética, quase todos os pátios tinham um pombal, mas a mudança dos tempos e da arquitectura da cidade deixou a actividade apreciada por muitos no passado.
O pombal que Anatoliy construiu para os animais faz parte de uma habitação onde também colecciona todo o tipo de objectos, desde brinquedos a relógios que também servem de casa para estas aves. Apesar das constantes pressões das autoridades e agências imobiliárias, continua a resistir. Yuriy Shmelev, faz o mesmo no apartamento onde vive, em pleno centro de Moscovo. Vitaly Yazykov, de 60 anos, junta-se ao grupo com um pequeno bando de pombas brancas.
Yuriy construiu um pombal no telhado da casa e desde então não passa sem o ritual diário de abrir a janela para soltar os pombos e ficar a vê-los voar sob a capital. No bando, estão as aves mais adultas. No poleiro ficaram as que nasceram há pouco tempo.
Os pássaros de Anatoliy voam no interior enquanto o homem lhes atira comida. Outros descansam na estante baixa do pombal com vários compartimentos transformados em ninho onde estão as aves recém-nascidas que ainda não abrem os olhos.