Daaaaaali! é Quentin Dupieux do melhor
Para além de divertida, esta evocação de Salvador Dalí é um filme inteligente que abre o espectro sensorial do espectador já que se trata de um brilhante ensaio sobre a experiência do tempo.
Não há mistério, diz o realizador de um filme sobre um pneu serial-killer, querendo evitar que se ande aos círculos a mistificar o seu método. Trata-se do ofício normal de argumentista: conter uma ideia que se teve. Depois, é filmá-la e, na montagem, conter de novo, para que o filme não transborde nem afogue o espectador – ou que transborde apenas "um bocadinho". Já a ideia, continua Quentin Dupieux, o realizador de Pneu (2010), ele vai buscá-la a "lugar nenhum", ao canto mais obscuro da sua mente. O que, afinal, não afasta o inconsciente e o insondável desta equação. Deixemos então o assunto repousar.
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