Os filmes não são bons? Têm é de ser necessários, mostra o Festival de Veneza

E se o bom cinema já não servir, porque as causas se tornaram prioritárias? Eis como um festival se torna sintoma de uma paisagem global: a política, a televisão, a realidade são o espectáculo?

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Origin, de Ava DuVernay DR
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Uma das janelas abertas para o "estado da arte" que se avista daqui, de Veneza 80, dá para uma paisagem contraditória, que tanto apela quanto frustra, em que talvez não sejam já os melhores filmes que interessam ou se destacam. Talvez não sejam já sequer aqueles de que os festivais precisam, ou que eventualmente celebrarão no palmarés. Ao escrever isto pensamos, por exemplo, em Maestro, de Bradley Cooper, em Evil Does not Exist, de Ryusuke Hamaguchi, em Ferrari, de Michael Mann, ou em Priscilla, de Sofia Coppola, e nas decisões que o júri presidido por Damien Chazelle anunciará no próximo sábado. Que lugar (ainda) terão? Concretizando: o que poderão eles perante manifestos como Green Border, de Agnieszka Holland?

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