Após as longas férias de Verão, ora em Setembro ora em Outubro, dá-se o início um novo ciclo lectivo nas universidades portuguesas. É assim, não há décadas, mas há séculos. Todos os anos, milhares de alunos, de norte a sul, de este a oeste do país, recebem a notícia de que poderão perseguir o sonho de uma licenciatura numa área de interesse ou paixão. Abre-se, para cada aluno, uma nova fase, uma nova perspectiva de futuro, uma nova vida, repleta de novas experiências, novos amigos e novos conhecimentos.

O P3 reuniu, a partir dos arquivos do PÚBLICO, da Universidade do Porto e da Universidade de Coimbra, imagens que ilustram o quotidiano universitário entre 1969 e 2001. Dispostas por ordem cronológica, do mais recente para o mais antigo, as imagens descrevem vários momentos vividos pelos alunos ao longo dos anos; alguns que fizeram notícia - manifestações ou aberturas de novos edifícios - e outros pertencem apenas aos eventos que marcam, anualmente, a vida estudantil universitária, como a praxe, a Queima das Fitas, os cortejos, ou, tão simplesmente, o decorrer das aulas no interior das salas, anfiteatros ou laboratórios. 

Entre 1969 e 2001, as universidades portuguesas sofreram grandes transformações. As fotografias cedidas pelo Centro de Documentação 25 de Abril fazem referência à Crise Académica de 1969 e pertencem a um ex-estudante que, no ano lectivo de 1968/69 passou a integrar a Direcção da Secção Fotográfica da Universidade de Coimbra. Carlos Valente conta, na resenha biográfica de sua autoria que foi enviada ao P3, que existiu, na altura, por parte da Secção Fotográfica, uma "necessidade imperiosa de registar em fotografia as movimentações estudantis que iriam ocorrer (...) porque dessa forma se poderia divulgar a luta académica que, era sabido, seria abafada pelos diversos órgãos do regime".

Em 1974, cairia o regime fascista em Portugal e surgiria um período de reformas nas universidades portuguesas, com a promoção da autonomia, expansão do acesso e modernização das infra-estruturas do ensino superior.​ Surgem novos pólos, novos cursos, e assiste-se a um aumento progressivo do número de alunos em todo o país.