US Open está há 20 anos sem campeões norte-americanos

Todos esperam por mais um episódio da recente rivalidade entre Carlos Alcaraz e Novak Djokovic.

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Tommy Paul é uma das esperanças dos EUA para este torneio EPA/EDUARDO LIMA
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Tal como Pete Sampras, Andre Agassi, Jim Courier e Michael Chang herdaram, nos anos 90, o legado deixado por Jimmy Connors e John McEnroe, também Andy Roddick recebeu a pesada missão de suceder ao quarteto de compatriotas que o antecedeu nos lugares cimeiros do ténis mundial. Roddick até lidou bem com essa pressão e, um ano depois do 14.º e último título do Grand Slam com que Sampras se despediu do circuito profissional, em 2002, venceu o US Open. O que poucos anteviam é que, no US Open de 2023, que começa esta segunda-feira em Nova Iorque, se estaria a assinalar o 20.º aniversário da última vitória de um tenista norte-americano num torneio do Grand Slam.

Roddick ainda esteve ainda em mais quatro finais do Grand Slam, três das quais em Wimbledon, mas sem sucesso. Contudo, o agora comentador televisivo acredita na actual geração de tenistas dos EUA, que apresenta 11 atletas no top 100 do ranking ATP. E pela primeira vez desde 2012, o país teve durante o Verão dois representantes simultaneamente no top 10: Taylor Fritz e Frances Tiafoe, ambos de 25 anos.

É certo que Tiafoe vai iniciar o US Open no 14.º lugar e, em contrapartida, Tommy Paul, de 26 anos, vai subir ao 12.º posto. Embora haja que contar nos próximos anos com o talento de Sebastian Korda, 23 anos e 30.º mundial, de Christopher Eubanks, 27 anos e 32.º, e de Ben Shelton, 20 anos e 43.º, serão aqueles três os jogadores dos EUA em melhor forma e com maiores possibilidades de irem longe no quadro.

Curiosamente, todos os seis norte-americanos mencionados ficaram colocados na parte inferior do quadro, encimado por Carlos Alcaraz. O espanhol de 20 anos é o actual número um do ranking mundial, defende o título obtido em 2022 e terá como principais adversários a caminho da final os russos Daniil Medvedev (3.º) e Andrey Rublev (8.º) e o italiano Jannik Sinner (6.º).

“Ganhei o meu primeiro Grand Slam no ano passado, mas sinto-me mais maduro e melhor jogador este ano”, afirmou Alcaraz que no mês passado conquistou o segundo major, ao derrotar Novak Djokovic na final de Wimbledon.

Djokovic regressa este ano ao bairro nova-iorquino de Queens onde já triunfou por três vezes (2011, 2015 e 2018), mas desde o último sucesso, tudo lhe tem acontecido: em 2019 desistiu nos quartos-de-final devido a uma lesão no ombro esquerdo; no ano seguinte, foi desqualificado por acertar com a bola numa juiz-de-linha; em 2021, perdeu a final com Daniil Medvedev, quando procurava ser o primeiro tenista a ganhar os quatro majors no mesmo ano desde Rod Laver, em 1969; no ano passado, foi impedido de entrar no EUA por não estar vacinado contra a covid-19.

Desta vez, o veterano de 36 anos e recente vencedor do 39.º título ATP 1000 em Cincinnati até pode sair de Nova Iorque como líder do ranking, destronando Alcaraz. Depois do espectáculo protagonizado por ambos na final de Cincinnati, a expectativa por uma reedição da rivalidade no dia 10 é enorme. Djokovic estreia-se na noite de segunda-feira, defrontando o francês Alexandre Muller (84.º).

“A primeira sensação é de entusiasmo, por voltar ao maior estádio que temos no nosso desporto e por jogar a sessão nocturna no Arthur Ashe Stadium, sem dúvida, o mais divertido, eléctrico e excitante ambiente que existe no ténis”, frisou o sérvio.

Mais cedo, às 16 horas portuguesas, Nuno Borges (79.º) e o austríaco Sebastian Ofner (58.º) abrem a programação do court 8.

No imponente Arthur Ashe Stadium, a jornada será aberta pela número um mundial, Iga Swiatek que defende o título – o único dos quatro do Grand Slam da polaca conquistado fora de Roland Garros. A primeira adversária de Swiatek é a sueca Rebecca Peterson (86.ª), mas as principais rivais são Aryna Sabalenka, Elena Rybakina, Ons Jabeur – finalista aqui em 2022 e em Wimbledon, há seis semanas – e as norte-americanas Jessica Pegula e Coco Gauff – que derrotou Swiatek pela primeira vez há pouco mais de uma semana.

Ao contrário do sector masculino, no ténis feminino, a hegemonia continua a ser dos EUA, com 37 títulos do Grand Slam conquistados desde o US Open de 1998, liderados pelas irmãs Serena (23) e Venus Williams (sete).

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