Estes vestidos de Kate Middleton quase desapareceram na pandemia, mas estão de volta

A princesa de Gales é fã da Beulah London desde o início do projecto. Além de Kate, também é comum ver a princesa Beatrice com estes vestidos, incluindo o da coroação de Carlos III, em Maio deste ano.

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Kate usou a marca pela primeira vez em 2011 REUTERS/PHIL NOBLE
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Clássico, elegante e romântico é como se pode definir o estilo de Kate Middleton. A princesa de Gales pouco arrisca no que à moda toca e há várias marcas que já são seu apanágio, da Alexander McQueen à Self Portrait. É o caso também da Beulah London que regressa agora em força, depois de um período conturbado, culpa da pandemia, para continuar a vestir uma das mulheres mais conhecidas do planeta.

Há algumas semanas, Kate esteve ao lado de William na final do torneio de pólo real. Usava um vestido em crepe de seda azul com um estampado floral subtil, mas que chamou a atenção. Não tardou até que as páginas especializadas no estilo da princesa o apontassem como sendo da Beulah, uma das marcas mais conhecidas por vestir a mulher do futuro rei inglês.

Tem sido assim desde a primeira colecção, em 2011, quando a então recém-casada duquesa de Cambridge surpreendeu as donas da marca ao aparecer com um dos seus vestidos. O projecto tinha nascido um ano antes pelas mãos de Lavinia Brennan e Natasha Rufus Isaacs. “Temos o seu apoio [de Kate] há muito tempo. É incrível”, elogiam, em entrevista à Vanity Fair.

A marca nasceu com um propósito social, depois de as duas amigas terem estado vários meses na Índia a trabalhar na Atulya Home, uma instituição que dá casa a mulheres vítimas de trabalho forçado ou tráfico sexual. Sabiam que queriam criar um projecto que as apoiasse e a paixão de ambas por vestidos foi o ponto de partida, apesar de não terem qualquer experiência em moda até então.

Ainda que os vestidos sejam feitos em Inglaterra, são vendidos dentro de um saco costurado em Calcutá por mulheres que sobreviveram a tráfico humano, que aprenderam o ofício com a ajuda da dupla de designers. “Não conseguia acreditar que isso ainda acontecia na nossa sociedade, mas acontece mesmo ao nosso lado”, lamenta Natasha Rufus Isaacs.

A inspiração na Índia espelha-se também no design dos vestidos, feitos com tecidos tradicionais daquele país, como a seda, e cores ou padrões alusivos à cultura indiana. Ainda assim, o design é sobretudo minimalista e sóbrio, ou não fosse esta uma marca que veste a realeza, que tem de cumprir inúmeros protocolos.

Cedo se tornaram também favoritos da aristocracia britânica, incluindo de Cressida Bonas, antiga namorada do príncipe Harry. É frequente ver os vestidos da Beulah em eventos como o Royal Ascot ─ combinados com vistosos chapéus, claro ─ ou em casamentos. “Acho que são peças românticas e intemporais”, define Rufus Isaacs. O modelo que mais vende é o vestido Ahana, de corte em evasé com botões na frente recatada, e preço a rondar os 800 euros.

Sem eventos durante a pandemia, a marca passou por uma crise e viu-se obrigada a abrir insolvência em Julho de 2020. “Ninguém ia a casamentos, quaisquer eventos, então foi difícil”, justifica a designer. As dificuldades são reflexo do que se passou noutras marcas independentes ao longo dos últimos anos, mas agora a recuperação está à vista.

Renascer das cinzas

Depois de dois anos de interregno, a Beulah regressou definitivamente em Junho de 2022. Nesse mesmo mês, a princesa Beatrice e Sophie Winkleman, mulher do lorde Frederik de Windsor, usaram uma versão do vestido Ahana para as celebrações do Jubileu de Platina de Isabel II. A filha mais velha do príncipe André voltou a usar um vestido do mesmo modelo para a coroação de Carlos III, em Maio deste ano.

Também Kate Middleton tem uma versão desse vestido em rosa que já usou em múltiplas ocasiões, incluindo no torneio de Wimbledon, em 2022, e este ano na inauguração de uma nova exposição do museu Victoria & Albert, em Londres.

Com a nova fase da Beulah, a marca começou a usar algodão reciclado e de origem de culturas regenerativas, como forma de reduzir o impacto de carbono das suas roupas. Recentemente, a dupla esteve novamente na Índia a procurar inspiração para a próxima colecção e a expandir a rede de fornecedores, sobretudo de tecidos.

O objectivo, termina, é que a cliente ao usar um destes vestidos se sinta “empoderada”, tal como a princesa de Gales. E assevera: “Empoderadas também por saberem que este produto teve impacto nas mulheres que passaram por traumas e agora ganham a vida de forma justa.”

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