Mais de 30% dos desempregados voltaram a trabalhar no segundo trimestre de 2023

Entre Julho e Setembro, metade das pessoas que estavam desempregadas continuava à procura de trabalho.

Foto
Transição do desemprego para o emprego no segundo trimestre foi mais expressiva entre as mulheres Manuel Roberto
Ouça este artigo
00:00
03:07

Metade das pessoas que estavam desempregadas no primeiro trimestre de 2023 continuava à procura de trabalho no segundo trimestre. Apesar disso, 30,7% conseguiram sair dessa situação e voltaram a trabalhar, uma percentagem superior à registada no período homólogo e no trimestre anterior.

Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que analisam as dinâmicas no mercado de trabalho mostram que, dos cerca de 380 mil desempregados registados no primeiro trimestre, 116,6 mil (30,7% do total) conseguiram um emprego no segundo trimestre.

Esta transição foi mais expressiva nas mulheres do que nos homens: 31,5% (ou 62,2 mil) das mulheres desempregadas voltaram a trabalhar, enquanto 29,7% (ou 54,3 mil) dos homens arranjaram emprego neste período.

O INE destaca ainda que, do primeiro para o segundo trimestre, “39,9% (96,5 mil) dos desempregados de curta duração e 18,8% (27,2 mil) dos inactivos pertencentes à força de trabalho potencial transitaram para o emprego”.

O fluxo entre a situação de desemprego e o emprego no segundo trimestre de 2023 é bem mais expressivo do que os fluxos identificados no período homólogo e no trimestre anterior. Em 2022, apenas 21,2% dos desempregados conseguiram voltar a trabalhar entre o primeiro e o segundo trimestre e, no primeiro trimestre de 2023, só 23,3% dos desempregados arranjaram trabalho.

Apesar de a transição do desemprego para o emprego ter melhorado, o INE alerta que a maioria dos desempregados manteve-se nessa situação ou passou para a inactividade. Assim, 50,7% dos desempregados (o correspondente a 192,8 mil pessoas) continuavam a procurar emprego activamente no segundo trimestre e 18,7% (70,9 mil pessoas) passaram para a condição de inactivos.

Olhando para o movimento de pessoas empregadas que passaram ao desemprego, 1,2% (58,6 mil) dos que tinham trabalho no primeiro trimestre ficaram desempregadas. Esta percentagem é superior aos 0,9% registados em 2022, mas inferior aos 1,6% que no primeiro trimestre passaram a esta situação.

Os dados mostram ainda que, do total de trabalhadores por conta de outrem que no primeiro trimestre de 2023 tinham um contrato de trabalho a termo ou outro tipo de contrato (precário), 21,4% (153,5 mil) passaram a ter um contrato sem termo no trimestre seguinte.

Das pessoas que tinham um emprego a tempo parcial, 19,2% (79,6 mil) passaram a trabalhar a tempo completo, já a percentagem de pessoas que permaneceram empregadas e que mudaram de emprego diminuiu em relação ao último trimestre, fixando-se nos 3,6% (169,4 mil).

A análise dos fluxos entre estados do mercado de trabalho tem por base o inquérito ao emprego feito pelo INE, divulgado na semana passada e que dava conta de um recuo da taxa de desemprego para 6,1% no segundo trimestre de 2023.

Sugerir correcção
Comentar