À descoberta de Bali
O leitor Pedro Mota Curto conta como foi a sua passagem pela ilha indonésia. “Tudo nos parece demasiado para o tempo disponível, sendo que tudo é magnífico.”
A Indonésia é um país enorme que se estende por mais de 5000 quilómetros, de Oeste para Este, e por mais de 1700 quilómetros de Norte para Sul, ocupando cerca de 17.000 ilhas, desde Sumatra até à Papua Ocidental, situando-se sensivelmente a sul da Malásia e das Filipinas e a norte da Austrália. É o maior arquipélago do mundo, com uma população superior a 250 milhões de habitantes. A religião predominante é o islamismo (sunita), com uma percentagem de 87%. Cerca de 10% dos indonésios são cristãos (católicos ou protestantes), fruto das influências seculares de portugueses e holandeses. Na ilha das Flores, situada a noroeste de Timor, e que esteve na dependência de Portugal até meados do século XIX, predomina o catolicismo. Da sua capital, Labuanbajo, é possível navegar até à ilha de Komodo, para observar os célebres dragões.
No remoto território da Papua Ocidental, paraíso mundial para a prática do mergulho com botija, incorporado na Indonésia apenas em 1963, predomina o animismo. Na ilha de Bali, situada sensivelmente a meio do país, a esmagadora maioria dos habitantes praticam o hinduísmo, sendo esta ilha muito diferente do resto do país.
Aterra-se no moderno aeroporto internacional de Denpasar, capital de Bali, e compra-se o visto no local, mediante o pagamento de 35 dólares. Nas épocas altas do turismo, coincidentes com os períodos de férias na Europa, formam-se longas filas para este efeito, mas tudo está muito bem organizado, pois os balineses são verdadeiros profissionais do turismo. Ainda no aeroporto podemos trocar euros por rupias indonésias, sendo que a 200 euros correspondem cerca de três milhões de rupias. Em 2023, 1 euro vale cerca de 15.000 rupias.
Quem entrar no país por Jacarta, capital da Indonésia, situada na ilha de Java, tem a vida facilitada, pois as filas são quase inexistentes. O processo é idêntico, o aeroporto igualmente moderno e tudo funciona bastante bem. Depois, é seguir viagem, num voo doméstico, utilizando uma das várias companhias aéreas indonésias, bastante eficazes, rumo a Bali ou a qualquer outra ilha.
O turismo existe na ilha de Bali há mais de 100 anos, por isso está bastante desenvolvido, cuidado, profissionalizado e especializado. A oferta é imensa. Há de tudo para todos os gostos, e com preços bastante simpáticos, comparando com o nível de vida europeu.
Em Denpasar, capital desde 1958, as actividades, os centros de interesse, as praias, a cultura, as compras, a gastronomia, a diversão, a história, a arte, o hinduísmo, tudo nos parece demasiado para o tempo disponível, sendo que tudo é magnífico.
Kuta é a zona tradicional, praia, restaurantes e comércio, turistas (oriundos do mundo inteiro) por todo o lado, preços mais acessíveis. Seminyak é uma zona mais selecta e mais cara. Hotéis, restaurantes, praias e bares maravilhosos, para quem está mesmo a precisar de férias. Em Sanur, para além da praia, existe a Casa-Museu do pintor belga Adrien-Jean Henri Le Mayeur (1880-1958), que aqui viveu no século passado. Imperdível, pelos quadros, pela casa, pelo ambiente, pela música, pelo exotismo e ousadia. Em Jimbaram, praia e mariscada épica. Em Ubud, no interior da ilha, espiritualidade, arte, cultura, ioga, templos hindus, a floresta dos macacos e a Casa-Museu do pintor filipino Antonio Blanco (1911-1999), o Dali de Bali, imperdível.
Pedro Mota Curto