Farta dos estrangeiros indisciplinados em Bali, Indonésia equaciona taxa turística
Governantes defendem que o país se afaste do turismo de massas para se tornar um destino de qualidade.
Depois de vários incidentes com turistas estrangeiros em Bali, cujos comportamentos terão violado leis ou desrespeitado os costumes locais, o governo da Indonésia está a equacionar a implementação de uma taxa turística.
Na semana passada, o ministro do Turismo e das Economias Criativas, Sandiaga Uno, revelou à imprensa local que a medida “está neste momento a ser estudada”. “Esperamos que o estudo seja concluído nas próximas semanas para que possamos debater e decidir”, acrescentou, de acordo com uma notícia do Jakarta Post.
O ministro que coordena as pastas dos Assuntos Marítimos e Investimentos, Luhut Pandjaitan, já tinha pedido a implementação de um imposto turístico no início do mês, argumentando que Bali era um dos destinos turísticos mais baratos do mundo, o que “encorajou muitos visitantes estrangeiros com poucos rendimentos a virem a Bali, levando ao aumento do comportamento indisciplinado”.
Para o governante, aquele que é um dos destinos turísticos mais afamados do país deveria afastar-se do actual conceito de turismo de massas para se tornar um destino de qualidade. No entanto, de acordo com o The Guardian, vários grupos empresariais locais temem que o imposto dissuada os turistas de visitarem a ilha, prejudicando um sector que ainda está a recuperar da pandemia.
Segundo ambos os ministros, a ideia passa por utilizar os fundos arrecadados com a taxa turística no desenvolvimento da indústria local do turismo.
Antes da covid-19, Bali registava cerca de 6,2 milhões de visitantes estrangeiros por ano, atraídos pelas ondas, pelos socalcos de arroz, e vida nocturna. Contudo, a população local mostra-se cada vez mais frustrada com os comportamentos dos turistas, desrespeitosos com os costumes ou mesmo ilegais.
No mês passado, o governador da ilha anunciou a intenção de proibir os turistas de alugar motas, uma vez que, em muitos casos, não cumpriam as regras do trânsito, e conduziam sem carta de condução ou capacete.