Qin Haiyang fez o pleno com um recorde do mundo

Nadador chinês triunfou na final dos 200m bruços com um novo recorde do mundo e ameaça o domínio de Adam Peaty na especialidade.

Foto
Qin Haiyang, tricampeão mundial em Fukuoka Reuters/STEFAN WERMUTH
Ouça este artigo
00:00
03:40

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Adam Peaty tem sido o grande dominador dos bruços na última década, com recordes do mundo, medalhas olímpicas e títulos mundiais. Há cerca de quatro meses, o britânico anunciou uma pausa competitiva para lidar com os seus problemas de saúde mental e não está nos Fukuoka. Talvez esteja nos Jogos de Paris no próximo ano, mas quando (se) voltar, terá a concorrência de Qin Haiyang, que está a exibir nos Mundiais japoneses argumentos mais do que credíveis para ser o novo dominador da especialidade. Já tinha vencido os 50m e 100m bruços (as duas provas de Peaty) e, ao sexto dia da natação em Fukuoka, venceu os 200m com um novo recorde do mundo.

Foi a primeira vez que um nadador conseguiu fazer o pleno do ouro em três distâncias (50m, 100m e 200m) numa única especialidade em Mundiais. Depois de fazer as segundas melhores marcas de sempre nas finais de 50m e 100m (atrás dos recordes do ausente Peaty), fez recorde do mundo no duplo hectómetro (2m05,48s) nas “barbas” de Zac Stubblety-Cook, o australiano que era o dono do anterior máximo (2m05,95s) e campeão mundial e olímpico da distância. Sendo um sprinter, o chinês arrancou a todo o gás e dominou a primeira metade, acumulando uma vantagem, suficiente para manter Cook à distância no final.

“Há um pouco de anjo e de diabo em mim. E havia uma luta entre os dois. Disse a mim próprio, talvez perca esta corrida, já ganhei duas medalhas de ouro. Antes da corrida, pensei que não queria perder e que tinha mesmo de ganhar”, disse o jovem chinês após a final, ele que, em momentos anteriores já se autodeclarou como uma ameaça aos recordes que Peaty tem nas duas distâncias mais curtas de bruços.

Qin Haiyang não é o único supercampeão consagrado em Fukuoka. Também ao sexto dia, a australiana Mollie O’Callaghan chegou ao seu quarto ouro nos Mundiais (segundo individual), ao triunfar nos 100m livres, depois de ter ganhado os 200m livres e ter integrado os quartetos vencedores (e recordistas mundiais) da Austrália nos 4x100m e 4x200m livres.

Este foi mais um dia em que não houve medalhas de ouro para os EUA, habitualmente o grande dominador dos Mundiais de natação – só por quatro vezes desde 1973 é que não tiveram o maior número de títulos. Para já, ainda com dois dias de natação pura em Fukuoka, o Team USA está em terceiro no medalheiro, com apenas três ouros (Ryan Murphy nos 100m costas, Katie Ledecky nos 1500m livres e Kate Douglass nos 200m estilos), enquanto a liderança pertence à fulgurante Austrália, com dez medalhas de ouro, seguida da renascida China, com cinco – só tinha tido uma há um ano em Budapeste.

Diogo Ribeiro sem mais finais

O sexto dia de natação em Fukuoka acabou por não dar a Portugal mais nenhuma presença em finais. Diogo Ribeiro, que há poucos dias se sagrou vice-campeão mundial dos 50m mariposa, nadou nas meias-finais de 100m mariposa e 50m livres e falhou o acesso à final em ambas as provas. Nos 100m mariposa, o nadador de Coimbra fez 51,54s, 13.º tempo das “meias”, sendo que a qualificação para a final fechou nos 51,17s.

Nos 50m livres, Ribeiro foi também o 13.º das meias-finais, com 22,03s – o último dos qualificados fez 21,88s. Já Miguel Nascimento ficou-se pelas eliminatórias, com o 34.º entre os inscritos (22,38s). Quanto a Camila Rebelo, nadou a meia-final dos 200m costas, distância na qual já tem mínimos para os Jogos Olímpicos, em 2m12,47s, obtendo o 15.º tempo e ficando fora da final.

Sugerir correcção
Comentar