Peruca azul, maquilhagem chamativa, vestido justo e colorido e botas de plataforma nos pés. Foi assim que Onyx, que fez parte da segunda temporada do reality show Drag Race Espanha, chegou a uma das mesas de voto de Madrid, no domingo, 23 de Julho. A drag queen quis “incentivar o voto queer” nas eleições legislativas de Espanha e esteve mais de 12 horas vestida a rigor.
“Podem encontrar-me numa das muitas mesas eleitorais de Madrid, não vos vou dizer qual”, desafiava Onyx no primeiro vídeo que partilhou no Twitter, ainda antes de abrirem as urnas. Mais tarde, vários órgãos de comunicação social divulgaram a mesa da drag queen: o colégio Montserrat de Madrid.
Por trás de Onyx está o cidadão espanhol Pablo Durango, que já tinha anunciado a decisão de estar nas mesas de voto como drag queen na sexta-feira, 21 de Julho. A ideia era que o suspense de a encontrar levasse mais gente da comunidade LGBTQI+ às urnas, numa altura em que as sondagens previam uma possível coligação com o partido de extrema-direita Vox. Tanto o Vox como o Partido Popular (PP), que ganhou as eleições sem possibilidades de ter maioria absoluta, prometeram agir contra algumas medidas pró-LGBTQ+ aprovadas pelo governo de esquerda do socialista Pedro Sánchez.
Durante o dia, e nos intervalos sem nomes de eleitores para validar, foi partilhando a experiência de estar como drag queen nas mesas de voto de um acto eleitoral. “Isto está a correr muito bem”, começou por dizer. “Estou muito emocionada por ler as vossas mensagens de carinho”, mas acima de tudo por perceber que “isto fez com que muitos de vocês saíssem de casa para votar”.
Já por volta da uma da manhã (meia-noite em Portugal), fez um último vídeo sobre a “festa da democracia” e agradeceu a todas as pessoas queer “valentes, guerreiras e atrevidas” que foram exercer o seu direito democrático.