Melgaço inaugura “novo” Solar do Alvarinho, após profundas obras de reabilitação

A funcionar no quartel dos bombeiros há dois anos, o museu dedicado à nobre casta Alvarinho regressa este sábado ao seiscentista Edifício dos Três Arcos. Um investimento de quase 300 mil euros.

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Os arquitectos Miguel Perfeito e Pedro Fleming assinam a obra de reabiliação que o município de Melgaço inaugura a 15 de Julho Direitos Reservados
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O Solar do Alvarinho, em pleno centro histórico de Melgaço, reabre este sábado, 15 de Julho, depois de ter sofrido profundas obras de reabilitação. O objectivo era "modernizá-lo", acrescentar-lhe "o lado digital" e "permitir uma maior imersão dos visitantes no território e nos vinhos" de Melgaço, explica o autarca local Manoel Batista. O museu, um equipamento do município, deixa o quartel de bombeiros, onde montou instalações provisórias nos últimos dois anos, para regressar a casa, renovada segundo projecto dos arquitectos Miguel Perfeito e Pedro Fleming.

As obras de reabilitação do edifício seiscentista, conhecido como o Edifício dos Três Arcos e que acolhe o Solar do Alvarinho desde 1997, começaram a ser pensadas "nos finais de 2017, princípios de 2018", altura em que a autarquia submeteu o projecto a financiamento — o investimento total ronda os 300 mil euros, sendo 50% desse valor pago pelo Turismo de Portugal, através do programa Valorizar. A obra só ficaria concluída este ano, com a pandemia a contribuir para o derrapar os prazos de execução. De resto, quando a covid-19 chegou a Portugal, o Solar viu-se obrigado a fechar, como outros espaços, e quando abriu foi já na casa dos bombeiros de Melgaço.

Mesmo em instalações provisórias, recebeu no primeiro semestre deste ano 5155 visitas, tendo sido nesse período o equipamento mais visitado de Melgaço, um dos dois municípios que compõem a sub-região de Monção e Melgaço.

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O Solar do Alvarinho, num edifício seiscentista conhecido como o Edifício dos Três Arcos, fica no centro histórico de Melgaço Direitos Reservados

Ao gabinete do Porto Perfeito & Fleming foi pedido que dotasse os vários espaços do edifício de maior flexibilidade de uso, criando uma sinergia entre os mesmos, e tornasse o espaço acessível. Da intervenção nasceu uma ligação entre o rés-do-chão e o primeiro piso, através de uma escada em caracol. Lá em cima, fica o espaço expositivo, com 26 produtores de vinho do concelho representados, vários produtores de fumeiro, compotas e mel, um de queijos e vários projectos de artesanato (bordado, rendas e linho). Em frente a cada expositor, há um tablet em que o visitante pode obter mais informação sobre cada agente económico e sobre os seus produtos.

No piso térreo do edifício originalmente construído para servir de Paços do Concelho, funcionam um bar, onde decorrem as provas de vinhos e restantes produtos, e a loja, onde os visitantes podem comprar os mesmos para levar para casa.

A região demarcada dos Vinhos Verdes divide-se em nove sub-regiões, e os vinhos desses territórios podem ter a menção à sub-região no rótulo, mas Monção e Melgaço é a única que tem um selo de certificação específico aplicado aos seus vinhos. O Alvarinho é uma das castas mais representativas do Vinho Verde, certamente a que granjeou maior notoriedade, cá dentro e lá fora.

A presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes assiste com "muita satisfação" à requalificação do Solar do Alvarinho. Explica Dora Simões que "espaços de captação turística", como aquele equipamento, "são fortes ferramentas para a promoção do enoturismo da região e grandes auxiliares na fidelização das marcas dos produtores de Melgaço". "É um exemplo muito positivo do trabalho da autarquia na alavancagem de vinhos únicos como o Alvarinho", comentou a responsável, em declarações ao Terroir.

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