Ver de perto o que vestiram Carlos e Camila na coroação? Buckingham inaugura exposição
Até 24 de Setembro, estão expostos os mantos e as vestes dos reis usados na coroação, a 6 de Maio. Além disso, também é possível ver de perto o Coche Dourado.
Nem a televisão, nem as fotografias foram suficientes para revelar todos os detalhes das vestes dos reis Carlos e Camila que envergaram na histórica coroação de 6 de Maio, na Abadia de Westminster. Os entusiastas da monarquia britânica vão poder ver, mais de perto, quase tudo o que foi usado neste dia, agora exposto no Palácio de Buckingham, até ao final do Verão.
A partir desta sexta-feira e até 24 de Setembro, a residência oficial dos soberanos britânicos reabre ao público para visitas. Em destaque, os elementos da coroação de Carlos e Camila, a começar pelo Manto de Estado, usado pelo monarca recém-coroado para sair da Abadia de Westminster. A peça em veludo roxo de seda pertencia ao seu avô, o rei Jorge VI, tendo apenas sido bordado o monograma de Carlos III. Está, ainda, a túnica lilás que Carlos usou por baixo do manto, feita por medida para si, inspirada pelo design das peças dos seus antecessores.
Na mesma vitrina, ao lado, o vestido mais falado do dia, usado pela rainha Camila e repleto de simbologia. Assinado pelo criador Bruce Oldfield, o vestido é feito em seda bordada a prateado e dourado com pequenas flores, como os malmequeres ou as margaridas, que evocam o amor dos novos reis pela natureza. Na bainha da saia, além do monograma da rainha, destacavam-se as quatro flores das nações do Reino Unido: a rosa, o cardo, o narciso e o trevo.
Há outro detalhe a prestar atenção: os dois cães da Camila, Bluebell e Beth, também estão bordados na bainha. Além disso, a rainha incluiu o nome dos nove netos, sendo que três foram pajens da coroação: Freddy Parker Bowles, 12 anos e os gémeos Gus e Louis Lopes, 14 anos.
Por cima do vestido, o manto que a rainha coroada usou para sair da abadia, bordado com o seu monograma pela Escola Real de Bordado. Também foram incluídos elementos da natureza, como flores e até insectos, em tributo a Carlos III e ao jardim de Highgrove.
Se for visitar, observe as plantas bordadas no rebordo da capa, com destaque para os lírios-do-vale, a flor do bouquet de Camila no dia do casamento com Carlos e a favorita de Isabel II; a murta, que representa a esperança; o delfínio, a favorita do rei; e também a flor de Julho, já que a rainha celebra aniversário a 17 deste mês. A planta manto-de-senhora também está bordada, evocando amor e conforto, assim como a flor do milho, que simboliza a ternura e é conhecida por potenciar a vida dos insectos, nomeadamente das abelhas e borboletas.
E porque os acessórios são fundamentais em qualquer coordenado, também será possível ver o colar que Camila usou. A jóia inicialmente criada para a rainha Vitória, em 1858 e que tem sido usada em todas as coroações desde 1902. Menos vistosos são outros acessórios como a luva da coroação ou o cinto, igualmente expostos.
Além da moda e dos tronos da coroação, está, ainda, em Buckingham o biombo usado para o momento em que o soberano foi ungido com os santos óleos — o rito mais solene da cerimónia em que o monarca se torna consagrado perante Deus. Tem bordado uma grande árvore com 56 ramos, a representar cada uma das nações e territórios da Commonwealth.
“Alguns dos detalhes perderam-se na televisão. Então os visitantes podem ver de perto”, destacou a curadora da mostra, Sally Goodsir, citada pela revista People. E até o Coche Dourado, com mais de 200 anos e que já faz parte da história da monarquia britânica, está no interior do Palácio de Buckingham.