Altas temperaturas e a saúde dos mais novos

Crianças e bebés possuem sistemas de termorregulação menos eficientes e são mais suscetíveis a problemas de saúde relacionados com o calor.

Foto
Uma queimadura solar na infância duplica o risco de, mais tarde, desenvolver um cancro de pele Manuel Roberto/Arquivo
Ouça este artigo
00:00
03:43

O Verão traz consigo dias ensolarados, altas temperaturas e muitas atividades ao ar livre. É uma época muito divertida, especialmente para bebés, crianças e adolescentes, mas há que estar ciente dos cuidados necessários para garantir a sua saúde e bem-estar, durante a estação mais quente do ano.

As altas temperaturas podem ser especialmente perigosas para os mais jovens. Crianças e bebés possuem sistemas de termorregulação menos eficientes e são mais suscetíveis a problemas de saúde relacionados com o calor. A exposição prolongada a temperaturas elevadas pode levar à desidratação, insolação e exaustão pelo calor, que são extremamente perigosos. É importante estar atento aos sinais de alarme: se uma criança apresentar fraqueza, dores de cabeça, fadiga extrema, tonturas, vómitos persistentes, confusão e/ou diminuição de urina, é fundamental procurar assistência médica imediata.

A desidratação é uma das principais preocupações durante o verão. As crianças tendem a perder líquidos mais rapidamente do que os adultos, tornando-as mais propensas à desidratação. É essencial garantir que estão devidamente hidratadas, incentivando à ingestão regular de água e de alimentos ricos em água, como frutas e vegetais, especialmente quando estiverem a brincar ao ar livre ou a praticar atividades físicas.

Outra questão crucial é a proteção contra os raios solares. A pele das crianças é mais sensível e vulnerável aos danos causados pelo sol, e as queimaduras solares são comuns, especialmente no verão. Sabe-se que uma queimadura solar na infância duplica o risco de, mais tarde, desenvolver um cancro de pele.

Para proteger a pele dos mais pequenos, é essencial evitar a exposição solar nas horas de maior radiação (entre as 11h00 e as 16h00) e aplicar protetor solar com fator de proteção alto ou muito alto, preferencialmente SPF 50+. Para crianças entre os 6 meses e os 2 anos, opte por protetor solar mineral (os seus filtros físicos são menos absorvidos pela pele e têm um menor potencial de a sensibilizar) e, a partir dos 2 anos, opte por um fotoprotetor pediátrico (na maioria dos casos, incluem filtros físicos e químicos e têm um espectro mais amplo de proteção UV). Tenha em atenção que os filtros físicos funcionam de forma imediata, enquanto os químicos devem ser aplicados 20 minutos antes da exposição solar.

O protetor solar deve ser reaplicado generosamente, a cada duas horas ou após atividades na água — não existem protetores “à prova de água”: Alguns são, de facto, resistentes à água, mas sempre por um período de tempo limitado (40/80 min).

A radiação UV reflete na maioria das superfícies, por isso, mesmo à sombra, a fotoproteção nunca deve ser descurada. Além disso, roupas leves, chapéus e óculos de sol também devem ser utilizados, para minimizar a exposição direta ao sol.

Quando falamos de atividades aquáticas, é fundamental garantir a segurança das crianças, na praia e nas piscinas. Nunca deixe uma criança desacompanhada na água, mesmo que esteja familiarizada com a natação. Esteja atento aos riscos de afogamento e certifique-se de que as piscinas estão protegidas por uma cancela de segurança.

Garantir um ambiente seguro é fundamental para evitar riscos associados às altas temperaturas. Em locais como carros estacionados, por exemplo, a temperatura interna pode aumentar rapidamente, colocando as crianças em risco de hipertermia. Nunca deixe uma criança sozinha dentro do carro, mesmo que seja apenas por alguns minutos.

As altas temperaturas representam um desafio significativo para a saúde das crianças. No entanto, com medidas adequadas de proteção, segurança e hidratação, podemos mitigar os riscos e garantir que os mais novos desfrutam de um verão seguro e saudável.


A autora escreve segundo o Acordo Ortográfico de 1990

Sugerir correcção
Comentar