As esculturas de Álvaro Siza na Bienal de Arquitectura de Veneza

As esculturas do arquitecto do Porto podem ser vistas no mosteiro de San Giorgio até 26 de Março de 2023.

Nelson Garrido
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Nelson Garrido

Nas salas da Abadia de San Giorgio Maggiore, em frente à Praça de São Marcos, onde o Vaticano instalou o seu pavilhão na 18.ª Bienal de Arquitectura de Veneza, inaugurado em Maio, podemos ver uma dezena de esculturas em madeira e mármore de Siza. Com o seu aspecto antropomórfico, são um dos aspectos da exposição Amizade social: encontro no jardim, numa representação nacional que tem como comissário o cardeal português José Tolentino Mendonça, actual responsável pelo Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé. Foi ele quem convidou Siza, que esta semana fez 90 anos, para uma intervenção em que o arquitecto se tornou escultor, num trânsito entre disciplinas que sempre foi do seu agrado, e várias vezes se expandiu até ao desenho e design.

Além da recuperação das salas do mosteiro onde podemos ver a exposição até 26 de Novembro, num projecto que teve a curadoria de Roberto Cremascoli, um arquitecto italiano que tem atelier no Porto, o pavilhão do Vaticano passa também pela renovação do jardim, numa colaboração com o Studio Albori, um atelier italiano de arquitectura e paisagem, especializado em intervenções que valorizam a ecologia local e o trabalho comunitário.

As esculturas de Siza funcionam como "figuras de convite" e trazem-nos até ao exterior luminoso e verde. O lema do jardim-horta passa por recuperar o espírito do horto medieval, capaz de alimentar a comunidade do mosteiro e vender aquilo que sobra nos mercados de Veneza, valorizando os produtos locais. 

O Pavilhão do Vaticano responde ao espírito e ao tema geral que a arquitecta e escritora escocesa-ganesa Lesley Lokko, comissária geral da bienal, propôs para a edição deste ano, Laboratório do Futuro.

Nelson Garrido
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