Regresso inesperado à única Fraude que nos deixou saudades

O álbum Epopeia, de 1969, renasce em dois concertos corais em Tomar. Assim renascesse em disco, com a dignidade que merece.

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Fernando Assis Pacheco, jornalista, escritor e poeta, já dera por eles em Agosto de 1968, ao ouvi-los no Algarve. E disso nos deu conta no Diário de Lisboa: “A cinco quilómetros de Portimão, na praia de Alvor, ouve-se boa música pop tocada por um conjunto português, a Filarmónica Fraude, que cinco estudantes da cidade de Tomar organizaram para matar o tempo.” O nome, já de si, era estranho. Num tempo em que os grupos ligados ao rock ou ao pop se intitulavam maioritariamente Conjunto, Quarteto, Quinteto ou Os “qualquer coisa” (Os Ekos, Os Conchas, Os Claves, etc.), surgir um chamado Filarmónica (nome mais comum às bandas regionais), e ainda por cima Fraude, era algo inusitado. Nascido no ano do Maio francês, 1968, acabaram por gravar apenas três discos, dois EP e um LP, no ano da crise académica portuguesa, 1969. Na contracapa do primeiro, lia-se: “Seis jovens, cujas idades variam entre os 17 e os 20 anos. Estudantes. Nomes: António Luís Linhares Corvelo de Sousa, José João Parracho, João José Pinheiro Brito, António Antunes da Silva, Júlio Vital dos Santos Patrocínio e João Manuel Viegas Carvalho. Característica comum: o gosto pela música, a preocupação de fazer diferente.”

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