Emma Thompson apela a Wimbledom para que recuse patrocínio do Barclays

Estrelas de cinema e celebridades estão a apelar ao torneio de ténis para que termine o seu novo acordo com o banco, uma vez que este apoia projectos de combustíveis fósseis.

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Emma Thompson é conhecida pelo seu activismo a favor do ambiente EPA/ANDY RAIN/Arquivo
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A actriz Emma Thompson e o realizador Richard Curtis são dois dos activistas que defendem que a instituição bancária britânica Barclays está a "lucrar com o caos climático". Em Novembro passado, a federação de ténis inglesa anunciou que o banco era parceiro oficial e, agora, várias celebridades assinaram uma carta aberta com o pedido para que esta parceria não seja restabelecida.

Em resposta, a All England Lawn Tennis Club (AELTC), a associação que organiza o torneio de Wimbledon, declarou que o Barclays está empenhado em criar acesso ao desporto para todos. E, por seu lado, o Barclays afirmou que foi um dos primeiros bancos a estabelecer a ambição de se tornar zero emissões líquidas até 2050, refere a BBC online.

Com o início do torneio nesta segunda-feira, Emma Thompson, Richard Curtis e o músico Brian Eno estão entre os que assinaram a carta aberta, da autoria de Make My Money Matter, um grupo de campanha co-fundado pelo realizador e que tem como objectivo pôr o sistema financeiro ao serviço "das pessoas e do planeta, a par do lucro".

"Com todo o respeito e amor por Wimbledon — e toda a magia [dos tenistas] Billie Jean King a Andy Murray — a decisão da AELTC de estabelecer uma parceria com o Barclays é uma péssima decisão", declarou Richard Curtis, citado pela BBC.

Segundo a petição, que pode ser assinada online, o Barclays é o maior financiador de combustíveis fósseis da Europa, fornecendo [no último ano] mais de 190 mil milhões de dólares [174 mil milhões de euros] à indústria. Ou seja, continua o texto, a instituição está a "financiar e a lucrar com o caos climático". Mais: O Barclays está também no "fim da lista do Reino Unido por ter suspendido o financiamento de novas fontes de energia, algo que a ONU, a Agência Internacional de Energia e milhares de cientistas do clima afirmam ser fundamental para evitar os piores efeitos das alterações climáticas".

Por isso, defendem não só os artistas, mas também políticos, o facto de a associação de ténis aceitar o patrocínio do banco, está a apoiar as suas acções. Um apoio que é contrário ao espírito de Wimbledon, uma vez que o torneio tem uma estratégia climática — que passa pela utilização de electricidade 100% renovável, promoção de uma cultura de reutilização e menus com opções de baixo carbono, entre outras decisões. "Não acreditamos que o patrocínio do maior financiador de combustíveis fósseis da Europa seja consistente com esta abordagem", é dito na petição.

"A nossa ambição de ter um impacto positivo no ambiente é fundamental para as nossas operações diárias e é uma parte essencial da organização de um campeonato de sucesso", reforça a AELTC, em comunicado, defendendo o compromisso do Barclays em "criar acesso ao desporto para todos". E declara: "É algo que nos apaixona." Por seu lado, o banco acredita que pode fazer "maior diferença" junto dos clientes, "concentrando-se em facilitar o financiamento necessário para mudar as práticas de negócios e dimensionar novas tecnologias verdes".

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