De artesão em saber fazer (re)descobre-se a Terra Quente Transmontana
Doze artesãos da Terra Quente Transmontana abrem as oficinas aos turistas na nova Rota Saber Fazer. Enquanto as mãos mostram técnicas ancestrais, contam-se histórias do quotidiano cultural da região.
Foi como se o destino lhe tivesse sido traçado à nascença. A mãe “saiu do tear” para Fátima Gomes vir ao mundo e “logo aí tinha de ser tecedeira”, repete de sorriso doce a quem a visita na oficina onde entrelaça tapetes e mantas de lã natural. Aos 18 anos ainda emigrou. “Como todas as moças” também queria “outra vida”, longe das agruras de um quotidiano no campo, recorda. Mas os teares nunca lhe saíram das mãos. Em França, trabalhou com grandes máquinas industriais numa fábrica de têxteis. Em Lamas de Orelhão, no concelho de Mirandela, regressou aos teares tradicionais para desenvolver uma técnica única com fios grossos feitos a partir dos tons naturais das ovelhas da região, com lãs que ela própria carda e fia. Das 25 tecedeiras que chegou a conhecer na terra, desde 1987 que é a última a manter vivo o saber fazer.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.