Cópia microscópica da mala Louis Vuitton vendida por 58 mil euros

O colectivo de arte MSCHF tem usado a ironia para criticar o consumismo e ganhar dinheiro.

Foto
O grupo MSCHF não obteve autorização para que o logótipo da Louis Vuitton pudesse ser utilizado dr
Ouça este artigo
00:00
02:24

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

A Microscopic Handbag foi vendida na plataforma de leilões online Joopiter por 63 mil dólares (58 mil euros). A mala microscópica criado pelo colectivo MSCHF, inspirada nos acessórios da Louis Vuitton foi vendida esta semana.

“Mais pequena que um grão de sal”, a mala é, segundo o director criativo do MSCHF, Kevin Wiesner, uma crítica às malas de luxo, que cada vez têm menos espaço. Tal como a mala original, o acessório fluorescente conta com alças e o logótipo da marca de luxo francesa Louis Vuitton. Contudo, é apenas através de um microscópio que detalhes como estes podem ser vistos, já que mede 0,657 por 0,222 por 0,700 milímetros.

O Joopiter foi fundado pelo cantor, produtor discográfico e designer norte-americano Pharrell Williams e, embora o artista seja o actual director criativo da marca Louis Vuitton, o colectivo norte-americano fundado em 2016 não obteve autorização para que o logótipo pudesse ser utilizado.

A peça foi fabricada através de um processo de “polimerização de dois fotões”, semelhante à impressão 3D para objectos microscópicos e é feita em resina.

Foto
A mala pode ser comparada ao tamanho de um grão de sal

Mas não é a primeira vez que a companhia de arte, conhecida por criticar a indústria da moda, elabora um projecto destes. Em 2021, o MSFCH foi a tribunal devido a uma acção da Nike por ter concebido umas sapatilhas em colaboração com o artista Lil Nas X, as Satan Shoes, feitas de uma sola vermelha para lembrar gotas de sangue. Tinha também escrito "Luke 10:18", referindo-se ao momento em que, na Bíblia, no evangelho de São Lucas, Satanás foi expulso do céu.

Dois anos antes, o colectivo de arte lançou 24 pares de Jesus Shoes, assinaladas no valor de 4000 dólares, e que tinham como objectivo ironizar a cultura de colaborações que são feitas entre marcas de sapatilhas e empresas de outros domínios.

Repetidamente, o grupo MSCHF aproveita-se da ironia e da polémica para ressaltar os absurdos do consumismo, ao mesmo tempo que lucram, já que os objectos produzidos são postos à venda por milhares de dólares. O director criativo da companhia de arte esclarece: “Nós seguimos a filosofia de pedir perdão, não permissão”.

Na conta do Instagram do grupo, é possível ler-se numa publicação sobre o acessório agora vendido: “Existem malas grandes, malas normais e malas pequenas, mas esta é a palavra final em miniaturização de malas.”

Sugerir correcção
Comentar