Sul-coreanos vão acordar mais novos nesta quarta-feira

Parlamento sul-coreano alterou em Dezembro o sistema que conta a idade dos seus cidadãos. A mudança entra agora em vigor.

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Yoon Suk Yeol é Presidente da Coreia do Sul desde Maio do ano passado EPA/YONHAP
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Imagine-se a acordar um dia e descobrir que é um ou mesmo dois anos mais novo. É isso que vai acontecer aos mais de 50 milhões de sul-coreanos, nesta quarta-feira, com a entrada em vigor da alteração da lei que dita a idade dos cidadãos.

Até aqui, o sistema sul-coreano, único no mundo, implicava que, à nascença, um cidadão tivesse 1 ano de idade, que aumentava com a chegada de um Ano Novo. Ou seja, alguém nascido a 30 de Dezembro, teria, dois dias depois, 2 anos de idade de idade coreana nos registos.

Havia ainda um sistema próprio para determinar em que momento um coreano deveria apresentar-se para cumprir o serviço militar obrigatório: ao ano corrente subtraía-se o ano de nascimento. Assim, na mesma data, um cidadão da Coreia do Sul poderia ter três idades diferentes. Por exemplo, alguém nascido em Dezembro de 1990 teria à data de publicação deste texto 32 anos, de acordo com o sistema internacional, mas 33 segundo o sistema de calendário e 34 pelo sistema coreano.

Estas oscilações, além de serem motivo de chacota no resto do mundo, como apontou um professor de Direito e Política na Universidade de Hansung, em Seul, em declarações à BBC, criavam problemas no quotidiano, o que levou as autoridades do país a decidirem-se pela eliminação dos dois sistemas tradicionais de contagem de idade, cumprindo-se, assim, uma das promessas eleitorais do Presidente Yoon Suk-Yeol, de 62 anos, segundo o sistema internacional, mas de 64 pelo sistema coreano e de 63 pelo sistema de calendário.

Em Dezembro, na Assembleia Nacional da Coreia do Sul, defendeu-se a medida já que irá permitir “reduzir custos socioeconómicos”, assim como “litígios jurídicos e sociais”.

Por esse motivo, a partir desta quarta-feira, a idade coreana vai desaparecer dos documentos oficiais e a idade de calendário vai deixar de ser calculada, passando os anos de cada um a serem determinados pela data do seu nascimento. Mas há excepções: de acordo com o Ministério da Igualdade de Género e da Família, a idade legal para comprar álcool ou tabaco continuará a ser calculada com base no método existente.

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