Marcelo antecipou trabalhos da COTEC em Itália para estar com Governo em Pedrógão

“Se não houver atrasos”, Presidente da República conta chegar a tempo da inauguração formal do memorial às vítimas dos incêndios de 2017.

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Marcelo visitou o memorial no sábado, sozinho e de surpresa DR/Presidência da República
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Sem mágoas por não ter sido previamente contactado pelo Governo para ajustar calendários, o Presidente da República está a fazer todos os possíveis para conseguir estar na inauguração formal do memorial às vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande em 2017, marcada agora para as 19h de terça-feira, depois de ter estado marcada para as 15h e depois para as 17h.

O PÚBLICO sabe que Marcelo Rebelo de Sousa conseguiu antecipar os trabalhos da COTEC Europa, reunião de organização empresarial que junta anualmente fundações para a inovação de Portugal, Itália e Espanha e culmina, na sessão de encerramento, com intervenções dos chefes de Estado dos três países, dois presidentes e um rei, respectivamente. A sessão de encerramento está agora prevista para as 11h, mas é seguida de um almoço marcado para as 13h45, do qual o Presidente da República não quer sair antes do rei Felipe VI e do seu homólogo italiano, Sergio Mattarella.

“Se não houver atrasos, talvez dê”, disse ao PÚBLICO fonte próxima de Marcelo Rebelo de Sousa, pouco antes de a agenda oficial do Presidente da República já incluir este ponto nos trabalhos previstos para amanhã, prevendo a partida de Palermo para as 16h, no Falcon que irá aterrar em Monte Real, a menos de cem quilómetros de Pedrógão.

A mesma fonte revelou haver compreensão do chefe de Estado em relação à forma como o Governo geriu o processo de marcação da inauguração formal do memorial, que começou por ser aberto pela Infra-Estruturas de Portugal no dia 17 (dia em que se cumpriram seis anos da tragédia), junto à Estrada Nacional 236-1, na zona de Pobrais, Pedrógão Grande (Leiria), com o nome das 115 vítimas mortais dos fogos naquele ano, sem qualquer cerimónia de inauguração nem aviso prévio aos familiares das vítimas.

Depois disso, reagindo às críticas feitas pela presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, afirmou que, “a breve prazo”, seria feita uma cerimónia e pediu desculpas pelo sucedido na área tutelada pelo ministro das Infra-Estruturas, João Galamba: “Lamento muito se, de alguma forma, provocámos algum sentimento de abandono às vítimas e famílias das vítimas.”

A marcação da cerimónia para o dia 27 foi então feita pelo Governo e pela Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, organizadores do evento, mas a hora foi mudando até se conseguir acomodar a presença do Presidente da República. Mas isso só aconteceu depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter feito saber, por nota oficial, que tinha tomado conhecimento pela comunicação social dessa cerimónia e ter visitado o memorial no sábado passado, sozinho e sem aviso prévio.

Fonte da Presidência da República desdramatiza agora os desencontros em declarações ao PÚBLICO, considerando que o primeiro-ministro marcou a cerimónia para o único dia disponível que tinha entre várias viagens, pelo que “não foi por mal”. E afasta qualquer mágoa de Marcelo sobre o assunto com uma frase lapidar: “Quem tem a faca e o queijo na mão nunca fica magoado…”

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