Rússia
Entre a Rússia e o Japão, há uma ilha desconhecida de leões-marinhos gigantes que adoram selfies
O fotógrafo Dmitry Kokh conseguiu entrar na ilha de Moneron, na Rússia, e fotografar as raras espécies marinhas que aí vivem. "Encontrei o meu paraíso na Terra."
Na fronteira entre a Rússia e o Japão, há uma ilha desconhecida onde quase ninguém pode entrar. É assim desde a II Guerra Mundial, quando a União Soviética invadiu o território vulcânico japonês e o anexou. Moneron, a 40 quilómetros da ilha russa de Sakhalin, tem um clima peculiar que varia entre as paisagens verdes e cinzentas e o mar turvo e quente por onde nadam vários animais marinhos, alguns nunca antes vistos.
Dmitry Kokh, fotógrafo apaixonado pela vida aquática, queria descobrir os tesouros escondidos da ilha e, no início do ano, conseguir fazê-lo. Em Places mostra a beleza da ilha vulcânica e os animais que aí vivem. "Encontrei o meu paraíso na Terra", escreveu.
Segundo a população indígena da ilha, Moneron é conhecida pelos leões-marinhos e assim que lá chegou, Dmitry percebeu porquê. Barulhentos e em grupos, tomam conta de rochas e de qualquer pedaço de terra que avistam. No fundo do oceano estão os moluscos, as algas, as estrelas-do-mar e as anémonas que nadam bem perto da lente da máquina fotográfica. Uns metros abaixo, há peixes que se escondem nas rochas e até focas e leões-marinhos que se aproximam para conhecer a estranha figura de óculos e barbatanas que os fotografa.
Uns param para observar, outros começam a morder-lhe o fato, a cabeça e a botija de oxigénio como se fossem “crianças barulhentas aborrecidas numa sala de aula”, recordou o fotógrafo em entrevista ao Guardian. Aos poucos, acalmam-se, olham de frente para a câmara, posam para a fotografia e até se deitam no chão a pedir festas na barriga.
“Pousei a minha câmara no chão para não me distrair com os pormenores técnicos da fotografia e perder a magia do nosso encontro. Queria ver o meu novo amigo com os meus olhos, não através de uma lente, e estar totalmente presente no momento com todos os meus sentidos”, revelou ao mesmo jornal.
A brincadeira durou quase uma hora. O oxigénio estava a acabar, mas Dmitry não conseguiu nadar até à superfície sem tirar umas quantas selfies com o leão-marinho. "Espero sinceramente que nos voltemos a ver", conclui.