Com Beyoncé e Rihanna na plateia, Pharrell Williams estreou-se na Louis Vuitton

O director criativo também produziu a música para o desfile, provando que a moda é um casamento entre várias artes. O espectáculo na Ponte Neuf marcou o arranque da Semana da Moda Masculina em Paris.

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Pharrell Williams agradece no final do desfile Reuters/GONZALO FUENTES
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Louis Vuitton Primavera/Verão 2024 EPA/Mohammed Badra
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Era uma das estreias mais aguardadas nesta temporada para a moda: a primeira colecção do novo director criativo Pharrell Williams para a Louis Vuitton. Nesta terça-feira, a icónica Pont Neuf sobre o rio Sena, em Paris, recebeu o espectáculo de Williams, com uma plateia repleta de estrelas, incluindo os casais Beyoncé e Jay-Z e Rihanna e Asap Rocky. Foi a prova de que os desfiles de moda são, antes de mais nada, um espectáculo.

Num desfile que ancorou a casa de luxo francesa Louis Vuitton à cultura pop e urbana, os modelos cruzaram a passerelle pintada de dourado — com um toque subtil do xadrez icónico da marca — ao som de música ao vivo, produzida pelo próprio Williams, interpretada por uma orquestra e um coro gospel.

A roupa podia ter passado despercebida perante tal espectáculo, mas foi nos detalhes que se conseguiu distinguir, quer pelas pérolas bordadas em fatos de treino, a alfaiataria com um corte urbano, os casacos em pêlo ou em lantejoulas com (novamente) o xadrez. Esse mesmo padrão foi desconstruído em peças de inspiração militar, camufladas, mas com um xadrez, quase em píxeis.

Apesar de irreverente, a abordagem de Pharrell Williams foi, na realidade, apenas um confirmar do que já vinha sendo feito por Virgil Abloh (1980-2021), que trouxe o streetwear de luxo para a Louis Vuitton. E o novo director criativo reconheceu isso mesmo, numa entrevista antes do desfile: “Sou o segundo homem negro a experienciar isto neste planeta, na maior casa de moda do mundo.”

A escolha de Pharrell Williams terminou com mais de um ano e meio de especulação sobre quem iria ocupar o lugar deixado vago por Abloh, que foi director criativo de moda masculina entre 2018 e 2021, ano em que morreu, aos 41 anos. O norte-americano de 50 anos é mais conhecido pela música, autor de êxitos como Happy ou Blurred Lines, e era amigo pessoal de Abloh.

“O meu irmão Virgil foi o primeiro. Deu tantos primeiros passos para a casa e fez tantas coisas. Trouxe a cultura do skateboarding para o mundo — enquanto um homem negro americano. É surreal o facto de também eu ter oportunidade de o fazer”, celebrou Pharrell Williams.

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LUSA/Mohammed Badra

Entre os convidados estava o presidente do conglomerado LVMH, Bernard Arnault, que diz ser “um apoiante extremo” do novo papel de Williams. Aliás, foi ele a trazer o músico pela primeira vez para a moda, em 2004, quando aquele desenhou uns óculos de sol para a Louis Vuitton, então liderada por Marc Jacobs.

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Arnault e os filhos, que também ocupam posições de topo na LVMH, estavam sentados na primeira fila, ao lado de outras estrelas. Beyoncé, Jay-Z, Rihanna, Asap Rocky, Kim Kardashian, Anitta, Zendaya ou Naomi Campbell foram algumas das celebridades a embelezar a primeira fila.

À semelhança do patrão da LVMH, também o CEO da Louis Vuitton, Pietro Beccari, teceu largos elogios ao trabalho de Williams: “O obejctivo era incutir a ideia de que a Louis Vuitton também é mestre em alfaiataria, num homem dandy que quer ser mais elegante. Não foi difícil porque isso é ele. O que se vê na passerelle é Pharrell, multiplicado em 70 coordenados.”

Um dos accionistas da LVMH, Robert Schramm-Fuchs, lembrou que esta tomada de posição cultural do grupo ajuda a renovar o interesse pela moda de luxo, tornando-a mais abrangente e conquistando novos públicos. “Se trazemos lifestyle, temos de ser cuidadosos para garantir que mantemos a inclusão e não alienamos outros grupos de clientes que já estavam connosco”, reconheceu.

A estratégia da Louis Vuitton enquadra-se numa tendência actual da moda, em que a escolha para um novo director criativo já não reside apenas no talento, mas também no mediatismo que aquela personalidade pode atrair para a marca, o que preocupa os especialistas. “Isto já não tem a ver com a criação, tem meramente a ver com a ciência do marketing. Não tem nada a ver com a moda”, lamentava ao PÚBLICO o historiador de moda Paulo Morais-Alexandre.

Esta erosão do papel do criativo e até da história da casa de moda tem acontecido noutras casas de luxo, como a Balenciaga. Hoje, a expressão criativa da etiqueta, mais focada no streetwear, pouco tem a ver com o trabalho iniciado pelo catalão Cristóbal Balenciaga, que se começou a distinguir em 1937 pelos inovadores cortes femininos.

Quem também tem um novo director criativo ainda por estrear é a Gucci. O italiano Sabato de Sarno veio substituir o aclamado Alessandro Michele, mas só se deverá estrear em Setembro na Semana da Moda de Milão, com uma colecção em simultâneo para homem e mulher.

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