LGBT

Melody fotografou a pele de pessoas queer para lhes ver a alma

Melody Melamed retratou corpos de pessoas queer — e enquadrou-os com a natureza“O meu trabalho estava, conscientemente, a falar com o meu subconsciente acerca da minha identidade queer”, conta.

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Aos 16 anos, Melody Melamed já fotografava, mas foi só quando acabou o ensino secundário que a vontade de o fazer profissionalmente se começou a cimentar. Com essa ideia, crescia também outra: “Subconscientemente, estava interessada na noção de identidade e de transformação. Atraía-me a ideia de como a experiência humana se relaciona com identidade, com autoconhecimento e aceitação”, conta. Foi assim que começou a explorar as identidades de pessoas trans e queer — sem ainda saber como iriam afectá-la e relacionar-se com ela. 

“O meu trabalho estava, conscientemente, a falar com o meu subconsciente acerca da minha identidade queer. É bastante comum a arte reflectir as vidas dos artistas, ainda que eles não estejam completamente cientes disso”, refere a fotógrafa que vive em Nova Iorque.

Foi em 2018 que começou a trabalhar no projecto The Book of Skin: Shangri-la. Nasceu do conceito abstracto e abrangente de “euforia de género” — como oposição à “disforia de género”. “E se, na verdade, já estivéssemos no nosso verdadeiro poder e verdadeiro eu?”, era mais ou menos assim a questão. Fala na primeira pessoa do plural, porque também ela fez as pazes com a sua identidade de mulher queer enquanto desenvolvia este projecto. “Tenho raízes judaicas e persas, cresci numa casa tradicional. Senti que estava a lutar contra quem eu era e que era difícil reconciliar a minha identidade com a minha cultura e religião. Precisava de criar uma euforia queer, onde éramos reconhecidos e vistos como válidos e verdadeiros. Quanto mais desenvolvia o trabalho, mais via como a minha identidade também assumia um papel.” 

O livro, disponível gratuitamente em PDF no site da fotógrafa, liga os retratos íntimos a imagens abstractas de natureza. O grande foco é a pele — que Melody acredita ser “uma espécie de olhos para a alma”. “A pele é um reflexo do nosso mundo interior. A cor, a textura, as linhas… são um reflexo de nós. É íntimo, é cru, é natural”, refere. “Para mim, a melhor forma de ver alguém é vendo a sua pele. Se pararmos e observarmos, conseguimos aprender muitas lições.”

A natureza, por outro lado, é “para onde olhamos à procura de respostas”. É “o que nos informa” e nos “mostra que é possível”. E se as diferentes orientações sexuais e identidades de género “sempre foram vistas como algo não natural”, é na natureza que é possível encontrar essa “validação”. A pensar no corpo e na pele, Melody captou fotos da natureza. Depois, sentada ao computador e num processo “muito intuitivo”, viu nos padrões da natureza as marcas da pele. E encontrou as respostas. 

<i>The Book of Skin: Shangri-la</i> nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género”
The Book of Skin: Shangri-la nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género” Melody Melamed
<i>The Book of Skin: Shangri-la</i> nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género”
The Book of Skin: Shangri-la nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género” Melody Melamed
<i>The Book of Skin: Shangri-la</i> nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género”
The Book of Skin: Shangri-la nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género” Melody Melamed
<i>The Book of Skin: Shangri-la</i> nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género”
The Book of Skin: Shangri-la nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género” Melody Melamed
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The Book of Skin: Shangri-la nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género” Melody Melamed
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The Book of Skin: Shangri-la nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género” Melody Melamed
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The Book of Skin: Shangri-la nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género” Melody Melamed
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The Book of Skin: Shangri-la nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género” Melody Melamed
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The Book of Skin: Shangri-la nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género” Melody Melamed
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The Book of Skin: Shangri-la nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género” Melody Melamed
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The Book of Skin: Shangri-la nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género” Melody Melamed
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The Book of Skin: Shangri-la nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género” Melody Melamed
<i>The Book of Skin: Shangri-la</i> nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género”
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<i>The Book of Skin: Shangri-la</i> nasceu do conceito abstracto e abrangente “euforia de género”
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