Roland Garros: ministra repreende Novak Djokovic após mensagem política
Tomada de posição do tenista sobre o conflito entre Sérvia e Kosovo gerou mal-estar na organização e nas autoridades políticas francesas.
A ministra francesa dos Desportos, Amélie Oudéa-Castéra, repreendeu o tenista sérvio Novak Djokovic pela mensagem política inscrita após o seu primeiro encontro em Roland Garros, e avisou para não o repetir.
"Não foi apropriado e não o deve fazer de novo", afirmou a responsável política, depois de na segunda-feira o tenista se ter estreado a vencer na edição deste ano de Roland Garros e no final ter escrito, nas câmaras de TV, a mensagem "Kosovo é o coração da Sérvia. Parem a violência".
Djokovic fazia referência ao conflito vivido nos últimos dias na região, onde se verificam confrontos entre membros da força internacional para o Kosovo (KFOR) e manifestantes sérvios, que não aceitam a eleição, em Abril, de quatro autarcas albaneses.
Segundo a ministra francesa, Djokovic teve uma atitude "militante" e "muito política", mas o presidente da Federação Francesa de Ténis, Gilles Moreton, garante que a situação não se repetirá.
"Falámos muito com o staff do Djokovic e não acontecerá de novo. De momento não haverá nenhuma sanção, sabemos que está emocionado, que é algo que o sensibiliza, a ele e à sua família", acrescentou Moreton.
A carta de ética de Roland Garros, o segundo torneio do Grand Slam da temporada e o principal de terra batida do mundo, proíbe manifestações políticas e religiosas.
No final do encontro de segunda-feira, e já na conferência de imprensa, Djokovic disse sentir uma "responsabilidade adicional de apoiar todo o povo sérvio, como figura pública e como filho de um homem nascido no Kosovo".