Modi inaugura novo edifício do Parlamento indiano numa cerimónia boicotada pela oposição

Partidos opositores acusam o primeiro-ministro de “politização” do evento e de violação da Constituição, ao deixar de fora a Presidente da Índia.

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Primeiro-ministro indiano liderou as cerimónias Reuters/PRESS INFORMATION BUREAU
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Novo edifício tem espaço para 1200 deputados e inclui uma residência para o primeiro-ministro EPA/GOVERNMENT OF INDIA HANDOUT
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Narendra Modi inaugurou este domingo o novo edifício do Parlamento da Índia, em Nova Deli, numa cerimónia boicotada pela oposição, que acusa o primeiro-ministro indiano de concentrar o poder nas suas mãos e de ignorar a Presidente do país, Draupadi Murmu, a quem compete liderar este tipo de eventos de Estado.

Numa carta aberta, assinada pela maioria das forças políticas opositoras do Partido Bharatiya Janata (BJP), Modi é acusado de “insultar a presidência”, de “politizar” o evento e de “violar” a Constituição e o procedimento parlamentar, ao ter “inaugurado o edifício do Parlamento sozinho, marginalizando completamente a Presidente Murmu”.

“Não só é um grave insulto, é também um assalto directo à nossa democracia”, denunciam, citados pelo Guardian, reiterando as acusações de “autoritarismo” contra o Governo de Modi. “Se a alma da democracia foi sugada do Parlamento, não damos qualquer valor ao novo edifício.”

O complexo parlamentar é um dos grandes projectos da governação nacionalista de Modi e substitui o antigo edifício, que foi construído em 1927, durante a era colonial britânica, e que será convertido num museu.

Com um preço de construção de 2,4 mil milhões de dólares (cerca de 2,2 mil milhões de euros), é três vezes maior do que o Parlamento antigo, inclui uma residência para o primeiro-ministro e escritórios para os membros do Governo, e a maior sala de plenário tem espaço para 1200 deputados.

“O novo Parlamento é um trampolim para o caminho democrático. É também um exemplo da ambição e do orgulho da nossa nação”, afirmou Modi depois da cerimónia de inauguração, citado pela Europa Press.

Durante o momento solene, o chefe do Governo — que domina a política indiana desde 2014 e que, dando respaldo ao ultranacionalismo identitário hindu, tem hoje uma aura quase sagrada para milhões de indianos — recebeu o “sengol”, o tradicional ceptro de ouro que foi transportado por Jawaharlal Nehru, ex-primeiro-ministro, nas cerimónias que antecederam a independência da Índia, em 1947.

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