A 27.ª vitória do FC Porto foi a mais amarga

Os “dragões” cumpriram a sua obrigação e venceram o V. Guimarães, mas falharam o objectivo de revalidar o título. Com a derrota, os minhotos caíram para o 6.º lugar.

Foto
Taremi marcou o primeiro golo do FC Porto LUSA/MANUEL FERNANDO ARAÚJO
Ouça este artigo
--:--
--:--

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

A época termina com nove vitórias consecutivas, mas com um nó apertado na garganta para os portistas. No último capítulo da I Liga 2022/23, o FC Porto cumpriu a sua missão e, com um triunfo (3-0) no Estádio do Dragão frente ao V. Guimarães – golos de Taremi, Otávio e Evanilson -, empurrou a responsabilidade para a concorrência. Porém, de Lisboa não chegaram boas notícias para Sérgio Conceição e companhia. Com a vitória do Benfica frente ao Santa Clara, os “azuis e brancos” terminaram o campeonato no 2.º lugar, enquanto os vitorianos, que jogaram desde o segundo minuto em inferioridade numérica, perderam o 5.º lugar para o Arouca.

Concluindo uma época onde foi líder nas três primeiras jornadas, mas onde chegou a estar sob a ameaça de abandonar o Estádio da Luz com 13 pontos de desvantagem para o primeiro classificado, o FC Porto iniciou o último duelo da I Liga ainda com a crença num feito extraordinário do “lanterna vermelha” da prova. Porém, bastaram meia dúzia de minutos para que qualquer ilusão de reedição do título desaparecesse das bancadas do Dragão.

Com os principais trunfos disponíveis em campo - Evanilson e Uribe regressaram ao “onze” -, o FC Porto ficou com a sua tarefa muito simplificada devido a uma imprudência de Tomás Handel. Ainda sem ter sequer tocado na bola, o jovem médio da formação do V. Guimarães atingiu com a sola da chuteira a perna de Uribe, vendo de imediato o vermelho directo. Com minuto e meio de jogo, Moreno via qualquer estratégia que tivesse planeado ir por água abaixo.

Para piorar ainda mais o cenário para os vimaranenses, logo após o recomeço da partida, Pepê desenhou na esquerda uma grande jogada e Taremi só teve que colocar a sua assinatura no primeiro golo. Porém, já aí os festejos “azuis e brancos” eram acompanhados por um sorriso tímido: no Estádio da Luz, Gonçalo Ramos já tinha colocado o Benfica a vencer.

Com o V. Guimarães à procura de se reorganizar, o FC Porto não baixou o ritmo. Aos 10’, Evanilson esteve perto de marcar; aos 12’, 10 centímetros inviabilizaram um golo de Pepê. Com a sua equipa claramente desarticulada, Moreno viu-se forçado a fazer uma dupla alteração (entraram Zé Carlos e Tiago Silva), reorganizado a sua equipa num 5x3x1. Os resultados foram nulos.

Com o claro objectivo de vencer pelo máximo de golos possível, o FC Porto continuou a colocar os minhotos sob pressão constante e, repetindo o que se tinha passado no primeiro golo, os “dragões” marcaram quase em simultâneo com o Benfica: com qualidade, aos 32’ Otávio fez o 2-0.

Embora com a equipa portista a mostrar-se competente e a exibir-se a um nível superior às últimas jornadas, a vantagem benfiquista colocava gelo nas bancadas do Dragão e, aos 39’, o 3-0 de Evanilson já mereceu festejos tímidos.

Com o FC Porto resignado quanto ao título, o V. Guimarães ficava com o seu quinto lugar preso por arames e a segunda parte começou com más notícias para os vimaranenses: com dois golos de rajada em Portimão, o Arouca passava a ser virtualmente o quinto classificado.

Assim, ao contrário do que tinha acontecido nos primeiros 45 minutos, a segunda parte tornou-se enfadonha e desinteressante. Sem que os vitorianos mostrassem qualquer capacidade de reacção, Sérgio Conceição começou a pensar na final da Taça de Portugal, no próximo fim-de-semana: Pepe, Evanilson e Galeno saíram aos 63’.

Depois, foi esperar que o relógio avançasse e, sem boas notícias de Lisboa ou de Portimão, o campeonato terminou de forma amarga para FC Porto e V. Guimarães.

Sugerir correcção
Comentar