Rússia
Colunas de militares a régua e esquadro, mísseis nucleares e o "Z". A parada militar já desfila no Dia da Vitória
Parada militar no Dia da Vitória já começou na Praça Vermelha em Moscovo. O Kremlin exibiu o símbolo "Z" em homenagem aos soldados que combatem na Ucrânia. Vladimir Putin já discursou.
"Za pobedu", "za mir", "za pravdu". Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o símbolo "Z" que tem surgido no material de propaganda russo desde o ano passado, quando a Ucrânia foi invadida, significa, em tradução literal, "para a vitória", "para a paz" e "para a verdade". O "Z" tem surgido em tanques afectos ao Kremlin nas frentes de guerra e em edifícios invadidos pelas forças russas. Agora, voltou também a ser exibido na parada militar em Moscovo no Dia da Vitória, que se celebra esta terça-feira.
As imagens que chegam de Moscovo mostram o aparato militar russo que já desfila na Praça Vermelha nas comemorações da rendição da Alemanha nazi na II Guerra Mundial. São semelhantes às que o Kremlin habituou o mundo a ver: milhares de soldados milimetricamente organizados a marchar pela capital, bandeiras desfraldadas no alto dos edifícios e os mais robustos materiais bélicos à vista de todos. Mas, nos bastidores, esconde-se outra realidade: a das tensões entre Moscovo e Kiev.
O Kremlin diz que o "Z" exibido na Praça Vermelha é uma homenagem aos militares russos que combatem na guerra na Ucrânia desde a invasão russa. Mas, no discurso que fez esta manhã, e que não cancelou apesar de o Kremlin ter afirmado na semana passada que Moscovo foi alvo de um ataque com drones, Vladimir Putin afirma que "foi desencadeada, outra vez, uma autêntica guerra" contra a Rússia.
Uma guerra que o Kremlin vai ganhar, acredita o Presidente russo: "Resistiremos ao terrorismo internacional e também defenderemos os habitantes do Donbass, assim como vamos garantir a nossa segurança". Mas a falta dela foi o que motivou muitas cidades russas a cancelar as típicas celebrações do Dia da Vitória esta terça-feira. E é também o que está na origem do cancelamento de um dos maiores eventos do Dia da Vitória: a marcha do Regimento Imortal, que homenageia os soldados que combateram na II Guerra Mundial.