Mulher sobrevive cinco dias no mato da Austrália com vinho e chupa-chupas

Uma mulher alérgica ao álcool passou cinco dias num mato australiano à base de vinho e chupa-chupas. Chegou a escrever uma carta de despedida à família. Quando foi encontrada, pediu água e um cigarro.

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A polícia australiana de Vitória publicou imagens do momento em que os agentes encontraram Lillian Ip, que estava desaparecida há cinco dias DR
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Lillian Ip, uma australiana de 48 anos, não consome bebidas alcoólicas porque é alérgica. Mas foi graças a uma garrafa de vinho, um pacote de sumo e alguns chupa-chupas que sobreviveu durante cinco dias numa zona de mato denso na cidade australiana de Wodonga, estado de Vitória. Quando foi encontrada, fez dois pedidos a um agente da polícia: água e um cigarro. Ele deu-lhe as duas coisas.

A viagem de Lillian no domingo da semana passada, 30 de Abril, deveria ter durado duas horas. Residente em Melbourne, estava de férias na cidade de Bright quando se aventurou pelos parques naturais de Vitória para visitar a Barragem de Dartmouth, a cerca de 160 quilómetros. Depois, visitaria a mãe, a quem contava oferecer uma garrafa de vinho.

Mas os planos de Lillian falharam quando a australiana se enganou no caminho e o carro que conduzia ficou preso numa zona lamacenta. Estava perdida, sem rede no telemóvel e condicionada aos poucos metros em torno do seu carro: Lillian não consegue fazer longas caminhadas porque tem problemas de saúde.

Em Melbourne, os amigos estranharam a ausência de Lilian. Tinha sido vista pela última vez no final da tarde do sábado anterior ao desaparecimento, a 29 de Abril, quando conversou em videochamada com um amigo. Deram o alerta à polícia no domingo e as buscas começaram nesse mesmo dia.

Enquanto as autoridades a procuravam, Lillian usava o ar condicionado do carro e duas mantas para sobreviver às temperaturas negativas que se registaram durante a noite. O pacote de sumo já tinha acabado — por isso, mesmo sendo abstémia por causa de uma alergia, ao terceiro dia abriu a garrafa de vinho que tencionava oferecer à mãe, porque era a única bebida ao seu alcance.

O vinho e os chupa-chupas eram os únicos alimentos que Lilian tinha à mão. E a sua saúde deteriorava-se a cada dia que passava: “Senti como se o meu corpo se tivesse desligado na sexta-feira”, contou à 9News Australia.​ Lilian acreditava mesmo que ia morrer e, por isso, escreveu uma carta de despedida à família: “Se não me encontraram por esta altura, posso estar morta de frio. Amo-vos a todos. Não chorem por mim”, dizia a carta, segundo o The Herald Sun, com quem Lilian conversou.

As equipas de resgate vasculharam terrenos no interior dos 215 mil hectares das áreas entre Bright, Mitta Mitta e Albury ao longo da última semana. Mas a primeira pista sobre o paradeiro de Lilian chegou de uma torre de telecomunicações, que detectou o telemóvel da mulher no domingo à tarde.

As investigações chegaram a bom porto nesta sexta-feira. Um helicóptero da polícia de Vitória encontrou o carro de Lilian a 60 quilómetros da cidade de Mitta Mitta. A mulher foi encontrada pouco depois num circuito chamado Yankee Point Track. As imagens, captadas do helicóptero, mostram Lilian a acenar aos agentes em busca de auxílio.

Estava desidratada e foi levada para o hospital, mas as autoridades já confirmaram que está em recuperação e que já está em casa, em Melbourne. “Usou o bom senso para ficar perto do carro e não vaguear pelo mato, o que ajudou a polícia a encontrá-la”, explicou o sargento Martin Torpey, da polícia de Wodonga.

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