Avenida Open Week abre as portas do coração de Lisboa

Visitas guiadas, exposições e workshops gratuitos vão animar vários locais na Avenida da Liberdade, durante esta semana.

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É na Avenida da Liberdade, em Lisboa, que se concentram algumas das lojas mais caras da cidade Nuno Ferreira Santos/Arquivo
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Começa neste sábado a primeira edição da Avenida Open Week naquela que é a artéria mais luxuosa de Lisboa. Organizada pela Associação Avenida da Liberdade (AAL), esta iniciativa trata-se de uma porta aberta para o público conhecer o "património único" em diferentes espaços como lojas, cafés e até mesmo hotéis. Rita Silvério Marques, da direcção da AAL, explicou ao PÚBLICO que a ideia é ser um evento inclusivo: "O conceito por detrás da Open Week é precisamente mostrar aquilo que as pessoas tecnicamente não vêem.”

Por exemplo, até à próxima sexta-feira, numa colaboração com a Junta de Freguesia de Santo António, é possível visitar aquela que é identificada como a "galeria mais pequena de Lisboa". Trata-se de umas antigas instalações sanitárias, abertas ao público, que foram transformadas num espaço de exposições. Assim, poderá ser vista a Ilustra Boom WC/BD, uma mostra de banda desenhada do artista Osvaldo Medina. Na Biblioteca Arquitecto Cosmelli Sant’Anna há visitas guiadas à exposição de gravuras de Paula Rego “Contadora de Histórias”, com Catarina Alfaro da Casa das Histórias, em Cascais.

Para algumas das actividades sugeridas era necessário fazer uma inscrição e algumas esgotaram logo no primeiro dia. Foi o caso do Heritage Avenida Liberdade ou o Hotel Britânia, ambos “com muita história”, adjectiva Rita Silvério Marques. “O objectivo era ter muita adesão, mas honestamente, não estávamos à espera que esgotasse tão rápido, e isso é muito bom sinal”, acrescenta.

Assim, quem se inscreveu para visitar o Heritage, fará uma visita guiada com a directora do Museu Nacional de Arte Contemporânea, Emília Ferreira — que falará sobre a relação do hotel com o pintor Amadeu de Sousa Cardoso —, e com a directora de marketing do hotel, Ana Rodrigues. Quem optou pelo Britânia, fará uma viagem até aos anos 50, do século passado, e à arquitectura de Cassiano Branco; e, com a ajuda de um dos sócios proprietários, imaginará os "encontros de diplomatas, banquetes e torneiros de bridge, até às festas e tertúlias de Natália Correia", refere o programa.

Mas há outros hotéis para visitar como Sofitel, onde há obras de artistas portugueses contemporâneos para espreitar; o The One Palácio da Anunciada marcado pela destruição, em 1755; e o Valverde, que convida para um workshop de culinária.

Como a avenida não é feita só de hotéis, há lojas que convidam os curiosos a entrar. São elas: a nova loja da Delta, a Burberry, Tod's, Guess, Timberland e Rosa & Teixeira. No campo da joalharia, as portas estão abertas na Torres Joalheiros, onde pode conhecer a colecção privada desta casa centenária, e na Maria João Bahia, onde pode participar em workshops.

Há ainda um museu para visitar. No Museu Medeiros de Almeida, os interessados podem fazer uma visita guiada aos “segredos do mobiliário”, com uma das conservadoras do espaço.

Embora a Avenida da Liberdade esteja associada ao luxo, uma vez que aqui se concentram algumas das lojas mais caras da cidade, a organização deseja que este não seja um evento exclusivo, mas sim, que todos os que quiserem possam fazer alguma das experiências propostas durante esta semana. Afinal, são "espaços a que não vão todos os dias", conclui Rita Silvério Marques.


Texto editado por Bárbara Wong

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