“Situação satisfatória”. Portugal cai na liberdade de imprensa
Liberdade de imprensa em Portugal foi avaliada como “satisfatória” pelos Repórteres sem Fronteiras. O país caiu duas posições no ranking em relação ao ano passado. Noruega em primeiro lugar.
Portugal caiu para nono lugar no ranking mundial da liberdade de imprensa dos Repórteres sem Fronteiras (RSF) e passou a liderar o grupo de 44 países com “uma situação satisfatória”, anunciou esta quarta-feira a organização não governamental.
Em 2022, Portugal tinha ficado em sétimo lugar, no grupo de oito países com uma “situação muito boa” para a liberdade de imprensa.
A 21.ª edição do ranking mundial da liberdade de imprensa dos Repórteres sem Fronteiras (RSF) foi publicada por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, com 180 países e territórios avaliados. Este ano, à frente de Portugal e no grupo de oito países numa situação muito boa para a liberdade de imprensa, ficaram, por ordem decrescente, Noruega, Irlanda, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Países Baixos, Lituânia e Estónia.
A RSF sublinha que a Noruega ocupa o primeiro lugar do ranking pelo sétimo ano consecutivo. Mas, invulgarmente, um país não nórdico está em segundo lugar: a Irlanda, que subiu quatro lugares e ficou à frente da Dinamarca (que desceu um lugar, para o terceiro).
Outro destaque do ranking deste ano foi o facto de os Países Baixos (sexto lugar) terem subido 22 posições e recuperado a posição que ocupavam em 2021, antes do assassinato do repórter criminal Peter R. de Vries.
No outro extremo da tabela também há mudanças, com os últimos três lugares a serem ocupados exclusivamente por países asiáticos: o Vietname (178.º), que “quase completou a sua caça aos repórteres e comentadores independentes”, a China (menos quatro, para 179.º lugar), “o maior perseguidor de jornalistas do mundo e um dos maiores exportadores de conteúdos de propaganda”, e, sem grande surpresa, a Coreia do Norte (180.º).
“O Índice Mundial de Liberdade de Imprensa revela uma enorme volatilidade de situações, com grandes subidas e descidas e mudanças sem precedentes, como a subida de 18 lugares do Brasil e a descida de 31 lugares do Senegal”, refere o secretário da RSF, Christophe Deloire, citado no relatório.
“Esta instabilidade é o resultado de uma maior agressividade das autoridades em muitos países e da crescente animosidade contra os jornalistas nas redes sociais e no mundo em geral. A volatilidade é também consequência do crescimento da indústria de conteúdos falsos, que produz e distribui desinformação e fornece as ferramentas para a fabricar”, adianta Deloire.