Cate Blanchett apela a um maior apoio aos países que acolhem refugiados

A vencedora de dois Óscares viajou na semana passada para a Jordânia, que acolhe cerca de 661.800 refugiados sírios, num regresso ao país que visitou pela primeira vez há sete anos.

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Cate Blanchett: "É claro que o objectivo final é a paz, mas enquanto esperamos que essa paz seja alcançada, a ajuda humanitária é absolutamente vital" Reuters/UNHCR/CAROLINE IRBY

A actriz Cate Blanchett, embaixadora da Boa Vontade da agência da ONU para os refugiados (ACNUR), apelou a um maior apoio aos países que acolhem pessoas que abandonaram à força as suas casas para evitar “uma crise esquecida”.

Blanchett, nomeada embaixadora da Boa Vontade da ACNUR em 2016, afirmou que “é fácil esquecer” que existem conflitos prolongados em todo o mundo, que levam as pessoas a procurar refúgio noutros locais.

A vencedora de dois Óscares viajou na semana passada para a Jordânia, que acolhe cerca de 661.800 refugiados sírios, num regresso ao país que visitou pela primeira vez há sete anos no âmbito do seu papel humanitário.

“Quando pensamos que 74% dos refugiados são acolhidos por países com rendimentos médios ou baixos, não são os países mais ricos do mundo que estão a assumir essa responsabilidade. Por isso, foi espantoso ver que esse apoio continua, mas também regressar e rever as famílias, as crianças que já não são crianças”, disse Blanchett numa entrevista à Reuters.

Mas, algumas delas encontram-se talvez numa situação ainda mais precária. “Vê-los, sete anos depois, com a capacidade de regressar a casa a diminuir, com todas as suas poupanças gastas... [mostra] como é importante que a comunidade global continue a apoiar os países que estão a acolher [refugiados]”.

Blanchett reuniu-se com famílias em Amã e viajou para o campo de refugiados de Zaatari, criado logo após o início do conflito sírio, em 2011, e onde vivem actualmente cerca de 80 mil pessoas.

“Enquanto nós, o público em geral, passamos remotamente de uma crise para outra... É fácil esquecer que existem crises prolongadas no Iémen, em muitas partes de África e, como me foi tão dolorosamente recordado, na Síria”, apontou Blanchett.

“É claro que o objectivo final é a paz, mas enquanto esperamos que essa paz seja alcançada, a ajuda humanitária é absolutamente vital e os governos têm de encontrar soluções bilaterais coesas para estas situações e caminhos seguros para as pessoas.”

De acordo com a ACNUR, um número recorde de 103 milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas em todo o mundo, fugindo da violência, dos conflitos, da perseguição e da violação dos direitos humanos.