A marca que atesta a identidade dos territórios mais genuínos de Portugal chega agora a oito novas aldeias. Estas são as localidades que também passam a exibir o selo Aldeias de Portugal: Algoso, Alte, Argas, Folhense, Moimenta da Raia, Podence, Sambade e Vale de Ílhavo.
O júri de especialistas que integra a Comissão de Avaliação das Aldeias de Portugal aprovou a adesão de oito novas localidades à rede das mais genuínas do país. Dos novos destinos classificados como Aldeias de Portugal pela Associação do Turismo de Aldeia (ATA), dois situam-se no distrito de Aveiro (Folhense, no concelho de Vale de Cambra, e Vale de Ílhavo, no município de Ílhavo) e quatro localizam-se no distrito de Bragança (Algoso, no concelho de Vimioso, Moimenta da Raia, no de Vinhais, Podence, em Macedo de Cavaleiros, e Sambade, em Alfândega da Fé). A essas novas aldeias certificadas junta-se ainda Argas, no município de Caminha, em Viana do Castelo, e Alte, no concelho de Loulé, em Faro.
“Estamos particularmente orgulhosos destas adesões ao universo das Aldeias de Portugal, porque, além de evidenciarem a especial força da região Norte na preservação dos seus territórios mais tradicionais, também reflectem o reforço geográfico da marca no Sul do país, cuja menor representatividade na rede era uma lacuna que lamentávamos”, afirma em comunicado Teresa Pouzada, directora da ATA. “Sabemos que o processo de adesão é particularmente minucioso e obriga ao envolvimento de várias entidades, para garantia de que toda a comunidade associada ao povoado está efectivamente envolvida na candidatura e motivada para o projecto de desenvolvimento que a marca Aldeias de Portugal preconiza, mas esperamos que a entrada de Alte na rede confira uma nova dinâmica à promoção dos territórios mais genuínos do Algarve, que está cheio de potencial neste domínio do turismo rural”.
Entre as oito novas Aldeias de Portugal, Podence será a mais conhecida do grande público, devido à projecção mediática do seu Carnaval. No seu processo de candidatura destaca-se ainda o edificado arquitectónico em pedra e a ligação da aldeia à reserva biológica da Meseta Ibérica, ao geoparque Terras de Cavaleiros e à albufeira e ecovia do Azibo.
Outros pontos fortes beneficiaram as restantes três candidaturas da região de Bragança: Algoso destacou-se pelo seu castelo de origem medieval, pelo centro urbano que ainda preserva edificado tradicional em granito e reboco branco, e por uma oferta lúdica que inclui uma praia fluvial e trilhos pelos pombais da zona; Moimenta da Raia sobressaiu pela história local que preserva no Museu do Contrabando, pelo castro fortificado que mantém junto ao rio Tuela, por uma calçada que ainda exibe pedras da Idade Média e por construções comunitárias como moinhos, fontes e fornos; e Sambade evidenciou-se pelo património expresso na sua igreja barroca de fachada joanina, nas celebrações populares como a Festa da Montanha e a Fogueira de Natal, e nos percursos pedestres ao longo das serras de Bornes e Alvazinhos.
Já no distrito de Aveiro, a aldeia de Folhense revela-se nos vestígios megalíticos do menir de Lameirinhos, na praia fluvial do Pontemieiro e num parque de merendas com ligação a trilhos pela serra do Arestal, enquanto o povoado de Vale de Ílhavo, afamado pelo Bairro Operário da Vista Alegre, se desvenda numa oferta que inclui padas e folares, um trilho pela Rota das Padeiras, percursos de canoagem ou caiaque pela Ria de Aveiro, e vários pontos de birdwatching.
Ornitologia, fauna e flora também se destacaram na candidatura de Argas, que representa o conjunto habitacional de Arga de Cima, Arga de Baixo e Arga de São João. Nessa zona são observáveis aves raras como o bufo-real e plantas quase exclusivas da região como a chupadeira-do-minho e o feto samambaia-de-madeira. O lobo-ibérico também justifica um trilho próprio, mas mais fácil de apreciar é a romaria de S. João d’Arga, o conjunto local de alminhas, cruzeiros e capelas, e várias pontes para atravessamento pedonal das inúmeras linhas de água que rasgam a serra até à foz do Âncora.
Alte, por sua vez, classificou-se como Aldeia de Portugal por aspectos como o seu enquadramento cénico na Serra do Caldeirão, o seu casario branco de chaminés rendilhadas e a sua tradição de fabrico de brinquedos em madeira, figuras em esparto seco e cestaria em folha de palma. Junto à cascata da Queda do Vigário, a localidade disponibiliza ainda propostas culturais como o seu tradicional Carnaval, o Pólo Museológico Cândido Guerreiro, que evoca a obra do poeta e aristocrata local, e o Festival Fusos, que anualmente reúne criadores de diferentes expressões artísticas.
“Estas novas adesões só provam como as Aldeias de Portugal, mesmo nas circunstâncias mais rurais, podem ser activas, dinâmicas e, na realidade, uma verdadeira fonte de inspiração no que se refere à qualidade de vida a que todos devemos aspirar enquanto sociedade”. diz Teresa Pouzada.