Líder do PSD defende aumentos salariais para funcionários consulares

Luís Montenegro diz ter “o grande sonho” do regresso dos emigrantes a Portugal.

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Luís Montenegro tem visitado comunidades portuguesas em vários países europeus Ricardo Lopes

O líder do PSD, Luís Montenegro, defendeu existirem condições para aumentos salariais pedidos pelos funcionários consulares, considerando que a redução do número destes trabalhadores tem atrasado o trabalho destas estruturas em França.

“Há condições para haver, efectivamente, uma discriminação positiva destes funcionários que estão deslocalizados e que vivem em territórios, [como] nos casos de França, Luxemburgo, Alemanha, Suíça, onde a vida é extremamente cara”, afirmou numa visita realizada ao consulado-geral de Portugal em Paris.

“O vencimento de um assistente técnico num consulado dá para pagar pouco mais do que a renda de uma casa”, afirmou Luís Montenegro aos jornalistas no âmbito da iniciativa Sentir Portugal, que nos últimos dias decorreu junto das comunidades portuguesas na Europa.

Questionado sobre a greve dos funcionários consulares e missões diplomáticas, cujo início está marcado para 3 de Abril, o líder social-democrata defendeu que é possível haver “valorização salarial” por via dos emolumentos pagos pelos portugueses que procuram os serviços.

Luís Montenegro referiu que, nos últimos anos, “muitos funcionários consulares e diplomáticos encontram ofertas de trabalho fora destes serviços bem mais apelativas e vão saindo”, o que faz com que o trabalho se avolume e os utentes deixem de ser atendidos.

No âmbito do mesmo périplo, Montenegro admitiu ter “o grande sonho” de ver regressar os portugueses que estão fora do país, incluindo os jovens qualificados, embora também tenha sublinhado a necessidade de receber os imigrantes de forma digna.

“Eu olho para isto e penso no desígnio que temos pela frente, de acolher imigrantes em Portugal, e nas condições que temos de lhes propiciar para que não passem por aquilo que a nossa diáspora passou há 50 anos”, afirmou, reiterando que é do bom acolhimento dos imigrantes que virá o desenvolvimento de Portugal e a mão-de-obra que o país necessita.