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Canhões de água, cartazes, sestas improvisadas, detenções. De que são feitos os protestos em Israel
Na sequência do afastamento do ministro da Defesa, os protestos que já levam semanas, em Israel, subiram de tom. Os milhares de manifestantes que enchem as ruas exigem a suspensão da reforma judicial que Netanyahu se tem recusado a reverter.
Os aviões não levantam voo de Telavive: o Ben Gurion, o maior aeroporto de Israel, está fechado. Dos dois mais importantes portos do país — Haifa e Ashdod — também não saem navios, segundo as agências de notícias. Há estradas cortadas, centros comerciais fechados, médicos a recusar assistência a casos sem gravidade. Os advogados deixaram de trabalhar. No Twitter, diferentes utilizadores dão conta de que não há escolas nem universidades a funcionar e de que até a cadeia de fast food McDonald's tenciona encerrar os seus restaurantes.
Em causa está a polémica reforma judicial aprovada pela equipa governativa de Benjamin Netanyahu, que fomenta a confusão entre poder executivo e judicial e protege o primeiro-ministro de ser afastado pela justiça — podendo apenas ser demitido por uma maioria de membros do seu Governo. Até o Presidente do país, Isaac Herzog, já pediu para que esta seja revertida. “Em nome da unidade do povo de Israel, em nome da responsabilidade, peço [a Netanyahu] o fim imediato do processo legislativo”, escreveu Herzog no Twitter. Netanyahu tinha agendado uma comunicação ao país para a manhã desta segunda-feira, mas terá sido entretanto adiada.
Depois de semanas de protesto e da demissão, no fim-de-semana, de Yoav Gallant, o ministro da Defesa que assumiu publicamente uma posição contrária a esta reforma, centenas de milhares de israelitas (estima-se que tenham sido 800 mil, cerca de um décimo da população do país) saíram às ruas de várias cidades e ameaçam juntar-se a uma possível greve geral que pode paralisar o país em poucas horas.