Costa e Marcelo elogiam “preocupação” e “responsabilidade social” de Nabeiro
Também Augusto Santos Silva destacou o “amor a Portugal” e à “terra de sempre” de Rui Nabeiro, lembrando-o como um dos “maiores e melhores empresários portugueses”.
O Presidente da República elogiou Rui Nabeiro, que morreu neste domingo, por ter sido um "exemplo" de "preocupação social e participação cívica", que deixou um "generoso legado". Também o primeiro-ministro recordou o "percurso inspirador" do fundador do grupo Nabeiro - Delta Cafés, considerando-o um "exemplo de cidadania e humildade" e de "responsabilidade social".
"Rui Nabeiro foi um precursor, construiu uma marca global, como há poucas no nosso país, mantendo sempre a sede e o coração da sua actividade em Campo Maior, terra onde nasceu e onde deixa um generoso legado", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa numa nota publicada no site oficial da Presidência da República em que ofereceu as suas "sentidas condolências à família".
Para o chefe de Estado que, ontem, ao fim da tarde, visitou o empresário no hospital, "num tempo económica e socialmente desafiante, o exemplo de Rui Nabeiro, na sua preocupação social e participação cívica, com a comunidade e com o país, devem ser um exemplo e uma inspiração para todos quantos podem devolver à sociedade um pouco daquilo que esta lhes deu".
Já António Costa afirmou, na sua página oficial no Twitter, que o "legado do Comendador Rui Nabeiro ultrapassa largamente o papel de empresário exemplar, dentro e fora do país", tendo tido um percurso "inspirador, pela força, energia e sempre o sonho de fazer acontecer".
"Um exemplo de cidadania e humildade. De responsabilidade social e de paixão pela sua terra. Uma vida em prol da comunidade. Os meus sentimentos à família, amigos e a todos os campo-maiorenses", acrescentou.
Também o Presidente da Assembleia da República reagiu à notícia da morte de Rui Nabeiro, considerando que "foi um dos maiores e melhores empresários portugueses, muito atento aos direitos dos seus trabalhadores", que se destacou "pelo amor a Portugal e à sua terra de sempre, Campo Maior", onde "serviu como autarca e cidadão". "Permanecerá na memória de todos", declarou nas redes sociais.
"Era talvez o homem mais consensual e admirado", afirmou ainda Bernardo Pires de Lima, consultor da Presidência da República. "Um grande exemplo de liderança, simplicidade, empatia, amor à terra e à família."
Em declarações à SIC Notícias, o ministro da Economia, António Costa e Silva, afirmou que a morte de Rui Nabeiro é "uma enorme perda para o sistema empresarial e a economia", lembrando-o como um "empresário exemplar" que foi capaz de mostrar "claramente que uma ideia pode mudar o mundo", assim como de "criar riqueza e disseminar riqueza".
"É este exemplo de que nós precisamos", disse, defendendo que Nabeiro teve a "assunção da responsabilidade social muito antes de este tema se transformar num tema dominante".
Já o ministro da Administração Interna relembrou o empresário como "um dos espíritos mais criativos, mais fortes que o país conheceu nas últimas décadas". Em declarações transmitidas pela SIC Notícias, destacou o “percurso de vida notável” de Rui Nabeiro que, diz, foi um “exemplo da tenacidade, da força de vontade, da inovação, da criatividade e do modo como a vontade e o carácter fortes, indeléveis, determinam como se faz o nosso futuro colectivo”.
O ministro da Saúde destacou o "coração enorme", bem como a "generosidade e solidariedade" de Rui Nabeiro, que classificou de "empresário genial" e "cidadão exemplar", reforçando que o país "deve-lhe imenso".
"Presto-lhe a minha profunda homenagem, na certeza de que a sua intervenção social marcou a vida de milhares de pessoas e perdurará, para sempre, na memória colectiva de Portugal", acrescenta o ministro, agradecendo ao empresário "por tudo".
O Ministério da Ciência e Ensino Superior, numa nota de pesar, evocou Rui Nabeiro como um "homem empreendedor" e de "ética irrepreensível", que teve uma "visão assente em dinâmicas e práticas inovadoras, e na promoção da formação superior e profissional".
Em Lisboa, o autarca Carlos Moedas destacou, na vida de Rui Nabeiro, "um traço de humanidade e de responsabilidade social absolutamente invulgar".
Também o presidente do PSD, Luís Montenegro, saudou o "exemplo de capacidade empreendedora e responsabilidade social" do ex-presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, que "mostrou que é possível criar riqueza com trabalho e inovação e que, a partir daí, se gera emprego e qualidade salarial", no Twitter.
Pelo Chega, André Ventura declarou, numa mensagem de vídeo, que Rui Nabeiro é uma figura "incontornável na história e na economia portuguesa" que "representa uma marca de força" e de "olhar para o outro". "É um exemplo extraordinário de ambição num momento em que Portugal tanto precisa", disse.
Já o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, realçou o prestígio do comendador que, diz, "é uma pessoa justamente reconhecida no país, e na região em particular", considerando que teve "princípios e formas de estar na vida que muito mais gente devia acompanhar".
Para o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, "morreu hoje um homem único", que foi "ligado à sua gente como poucos" e "criou valor para todos". "Parte uma certa forma de ver a terra, o investimento e o emprego", escreveu nas redes sociais.
Ainda pelo PS, o deputado Tiago Barbosa Ribeiro lembrou "um dos nossos maiores empresários". Não só pela criação da Delta, "mas pelo estilo de liderança e de intervenção cívica que sempre cultivou".
Do CDS, Nuno Melo e a antiga líder Assunção Cristas realçaram um "empreendedor notável" e um "homem profundamente comprometido com a sua terra e a comunidade que acompanhou sempre".
Fora do Parlamento, Ana Gomes reconheceu um empreendedor visionário, que cruzou "o delta da pobreza e da 'interioridade'" e "partilhou riqueza".
De Timor-Leste chegou a reacção do chefe de Estado, José Ramos-Horta, que recordou conversas sobre a Delta e o café de Timor. "Uma pessoa boa, generosa para os trabalhadores e as suas famílias."
Rui Nabeiro, fundador da Delta Cafés, em 1961, morreu este domingo com 91 anos devido a problemas respiratórios.
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