Andrew Tate vê recusada liberdade sob caução por tribunal romeno

O tribunal de Bucareste disse que o pedido de Tate, que reclama ser inocente, era “inadmissível por princípio”. Influenciador e ex-kickboxer está detido por suspeita de tráfico humano.

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Andrew e Tristan Tate escoltados pela polícia à saída do tribunal, em Fevereiro INQUAM PHOTOS/Reuters

Um tribunal romeno negou, nesta terça-feira, o pedido de Andrew Tate para ser libertado sob caução. Tate está sob custódia policial desde finais de Dezembro, ao mesmo tempo que decorre uma investigação criminal sobre o seu envolvimento em vários crimes.

Tate, o seu irmão Tristan e duas mulheres romenas estão detidos desde 29 de Dezembro, enquanto promotores de justiça os investigam por suspeita de tráfico humano, violação e formação de organização criminosa para explorar sexualmente mulheres.

O tribunal de Bucareste disse que o pedido de Tate, que reclama ser inocente, para que a custódia policial fosse substituída por liberdade condicional sob caução era “inadmissível por princípio”.

A sua equipa de defesa disse que estava “desapontada com este resultado” e que iria recorrer da decisão.

O tribunal decidirá, nesta quarta, sobre um pedido semelhante apresentado por Tristan Tate.

Os procuradores dizem que os irmãos Tate recrutaram vítimas, seduzindo-as e alegando falsamente que queriam uma relação ou casamento. As vítimas foram então coagidas a produzir conteúdos pornográficos para as redes sociais.

Os tribunais romenos prorrogaram a detenção dos irmãos Tate, que têm dupla nacionalidade norte-americana e britânica, até 29 de Março, e espera-se que os promotores de justiça solicitem outra prorrogação quando o prazo expirar.

Os procuradores podem pedir aos tribunais romenos que prolonguem a detenção de suspeitos por até 180 dias.

Tate, que tem residido sobretudo na Roménia desde 2017, é um influenciador online, que construiu um império de milhões de fãs, particularmente entre os jovens atraídos pela sua imagem de hipermacho e pelas suas ideias misóginas.

Em vídeos espalhados pela Internet, Andrew Tate defende que as mulheres são propriedade dos maridos e deveriam “ter filhos, ficar em casa, estar caladas e fazer café”. Noutros, diz que é necessário ter autoridade sobre as mulheres com quem se sai: “Não podes ser responsável por um cão se este não te obedece.”

Tate declarou ainda que atacaria uma mulher que o acusasse de traição e descreveu-se como sendo “um misógino, absolutamente”. O ex-kickboxer profissional também já referiu que as mulheres são parcialmente responsáveis por serem violadas, e que pertencem aos homens.

Desde que está detido e de acordo com as escutas telefónicas que os procuradores enviaram para o tribunal​, Tate tentou recrutar legisladores para a sua causa e intimidou algumas das suas alegadas vítimas.