Barcelona formalmente acusado de corrupção
Ministério Público espanhol indicia ainda o clube catalão, ex-dirigentes e o antigo árbitro Jose Negreira de abuso de confiança e registos comerciais falsos.
O FC Barcelona, vários seus ex-dirigentes e o ex-responsável do comité de arbitragem espanhola Jose Maria Enriquez Negreira foram, nesta sexta-feira, indiciados por corrupção, abuso de confiança e registos comerciais falsos, num caso de pagamentos avultados ao antigo árbitro de futebol.
O Ministério Público (MP) apresentou uma denúncia formal no Tribunal de Instrução de Barcelona contra o clube, enquanto pessoa jurídica, bem como contra os antigos presidentes Josep Maria Bartomeu e Sandro Rosell.
O caso surge na sequência de investigações que o MP de Barcelona iniciou há cerca de um ano e que dão conta de que o antigo responsável da arbitragem espanhola recebeu, através de uma empresa, 7,3 milhões de euros por suposta assessoria ao clube, entre 2001 e 2018.
Este caso, no qual o clube catalão é associado ao crime de corrupção em negócios de forma continuada, vai ser apenso a um outro, resultado de uma denúncia apresentada nas últimas semanas pelo antigo árbitro e actual videoárbitro Estrada Fernández contra Negreira, e a empresa Dasnil 95, por corrupção desportiva.
Supostas irregularidades fiscais cometidas pela empresa de Negreira expuseram, em Maio de 2022, os pagamentos recebidos pelo antigo vice-presidente da Comissão Técnica de Árbitros.
De acordo com a justiça espanhola, o Barcelona "manteve um acordo verbal estritamente confidencial" com Negreira, para que este, "a troco de dinheiro, realizasse acções tendentes a favorecer o Barcelona na tomada de decisões dos árbitros" nos seus desafios.
O líder da La Liga, Javier Tebas, instou Joan Laporta a apresentar a demissão caso não fosse capaz de justificar os pagamentos. O actual líder do FC Barcelona respondeu, dizendo que não dará a Tebas o que este pretende, insistindo que o FC Barcelona nunca teve a intenção de corromper nem nunca "comprou" árbitros.