Em Santo Tirso, há uma casa moderna ao lado de uma ruína de pedra

A Casa MTMG apresenta elementos da arquitectura contemporânea e prima pela harmonia entre o espaço interior e o exterior. 

Duccio Malagamba
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Duccio Malagamba

Foi numa antiga propriedade agrícola em Santo Tirso que nasceu a Casa MTMG. Além de um conjunto de carvalhos antigos e uma ruína, o terreno de mais de 13 mil metros quadrados estava praticamente vazio. Uma família de quatro pessoas comprou-o para lá construir a sua casa.

O arquitecto José Carlos Nunes de Oliveira começa por explicar que “o cliente queria um programa mais ambicioso do que aquilo que é normalmente uma habitação privada”. Algumas das exigências passavam pela construção de uma piscina interior, áreas grandes, um quarto de hóspedes, mas principalmente “uma arquitectura claramente contemporânea”, acrescenta o arquitecto.

A casa é constituída por lajes e paredes de betão armado, que para o arquitecto “não são materiais muito sofisticados” mas respeitam aquilo que é a arquitectura tradicional portuguesa. “É uma obra que, do ponto de vista estrutural, é muito complexa. Fazer uma casa destas requer muitas vezes fazer estruturas mistas, ou seja, estruturas de aço misturadas com estruturas de betão”, explica o arquitecto.

A transparência e a luz eram aspectos importantes do projecto, por isso “a relação entre o interior e o exterior é uma coisa nítida”, de forma a criar um ambiente que dá aos habitantes a sensação de estarem “a viver no jardim e a prolongar a área interior para o exterior da casa”, afirma José. Nesse sentido, foi implementado um pátio central com a finalidade de orientar os espaços domésticos para a luz. Este espaço liga a cozinha, a lavandaria, a sala e a piscina a corredores comuns da casa, que tem ainda um ginásio e uma garagem.

Um elemento curioso da obra é a ruína que foi mantida no terreno após a construção estar concluída. Apesar de contrastar com a arquitectura moderna da casa, José Carlos Nunes de Oliveira explica ao P3 que “não havia nenhuma razão para adulterar a ruína”. A estrutura foi mantida no projecto de forma a preservar a memória e a história da propriedade.

“O objectivo foi não adulterar a memória nem a beleza da ruína, resume. Ela não era necessária para nada, mas fez parte das memórias daquele terreno, como os carvalhos antigos e os afloramentos rochosos.”

Texto editado por Renata Monteiro.

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